APLICAÇÃO DO MÉTODO GRAVIMÉTRICO PARA ESTUDO DA GEOLOGIA DE SUBSUPERFÍCIE NA ÁREA DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO PICI E NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA
Resumen
Os métodos gravimétricos apresentam grande importância em investigações da geologia de subsuperfície devido à sua aplicabilidade diversificada, sendo utilizada desde na exploração de hidrocarbonetos até estudos geológicos, como na investigação de estruturas de grande e média escala. Assim, a fim de capacitar a equipe de pesquisadores do Laboratório de Geofísica de Prospecção e Sensoriamento Remoto (LGPSR), realizou-se uma aquisição de dados gravimétricos na área do Campus Universitário do Pici, os quais foram integrados com estações gravimétricas do município de Fortaleza oriundas do banco de dados do LGPSR, onde posteriormente foram processados e interpretados, permitindo a identificação de estruturas geológicas e tectônicas. A interpretação desses dados permitiu identificar anomalias positivas, entre 0,1 a 0,6 mGal, na área do Campus Universitário do Pici, as quais podem ser associadas a presença de rochas mais densas ou a altos no embasamento cristalino, além da presença de lineamentos com direção principal de NE-SW. Para o município de Fortaleza e adjacências, verifica-se um aumento no campo gravitacional de sul para norte, este pode ser associado ao afinamento crustal característico da margem continental passiva do Nordeste Brasileiro, e, também, lineamento principais na direção NW-SE. A Deconvolução de Euler permitiu identificar, para a área do Campus do Pici, estruturas rasas possivelmente associadas a Formação Barreiras e, para o município de Fortaleza, foram identificadas estruturas com profundidade entre 1000 e 2000 metros que podem ser correlacionadas a descontinuidades e falhamentos provocados pela tectônica recente e/ou reativação de falhas mais profundas no embasamento cristalino. Foi gerado um modelo geológico 2D para o Campus do Pici, visando caracterizar a geometria e a profundidade das unidades geológicas, o qual teve seu resultado corroborado por meio do perfil construtivo do poço tubular do LGPSR –UFC.
Citas
BARBOSA, V. C. F.; SILVA, J. B. C., Deconvolução de Euler: Passado, Presente e Futuro - Um tutorial. Revista Brasileira de Geofísica, São Paulo, v. 23, n. 3, p.243-250. 2005.
BRANDÃO, R. L. Sistema de Informação para Gestão e Administração Territorial da Região Metropolitana de Fortaleza – Projeto SINFOR: Diagnóstico Geoambiental e os Principais Problemas de Ocupação do Meio Físico da Região Metropolitana de Fortaleza. 1ª edição. Fortaleza: SER/REFO/CPRM. V.1, 105p. 1998.
CASTRO, D. L., MEDEIROS, W. E., JARDIM DE SÁ, E. F., MOREIRA, J. A. M., 1998. Mapa gravimétrico do Nordeste Setentrional do Brasil e margem continental adjacente: interpretação com base na hipótese de isostasia Revista Brasileira de Geofísica, São Paulo, v. 16, n. 2-3, p.115-131. 1998
CAVALCANTE, J.C., VASCONCELOS, A.M., MEDEIROS, M. F., PAIVA, I.P., GOMES, F.E.M., CAVALCANTE, S. N., CAVALCANTE, J. E. MELO, A. C. R., DUARTE NETO, V. C., BENEVIDES, H. C. 2003. Mapa geológico do Estado do Ceará, escala 1:500.000. Fortaleza, Ministério das Minas e Energia, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais.
CORDEIRO, W. Relatório Técnico: Poço Tubular PT.04/2011. Fortaleza: Terra Perfurações, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo: Área da Unidade Territorial. 2016. Disponível em: <http://cod.ibge.gov.br/16WV>. Acesso em: 10 de Agosto de 2017.
KEAREY, P.; BROOKS, M.; HILL, I. Levantamento gravimétrico. In: Geofísica de exploração. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. Cap. 6. p. 227-272. Tradução de Maria Cristina Moreira Coelho.
OLIVEIRA, R. G. Arcabouço Geofísico, isostasia e causas do magmatismo Cenozoico da Província Borborema e de sua margem continental (Nordeste do Brasil).2008. 411 f.Tese (Doutorado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Geodinâmica e Geofísica, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.
PEDROSA Jr., N. C., DE CASTRO, D. L., MATOS, J. P. M. Assinaturas magnéticas e gravimétricas do arcabouço estrutural da Bacia Potiguar Emersa, NE do Brasil. Revista Brasileira de Geofísica, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 265-278. 2010.
PEDROSA JUNIOR, N. C. Inversão Conjunta de dados geofísicos (Gravimetria e Eletrorresistividade) ao longo de uma seção transversal ao rifte da Bacia Potiguar. 2010. 117 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Geologia, Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza,
REYNOLDS, J. M., Gravity Methods. In: An Introduction to Applied and Environmental Geophysics. 2. ed. UK: John Wiley & Sons, Ltd., 2011. Cap. 2. p. 19-81.
SPECTOR, A. & GRANT, F. S., 1970. Statistical models for interpreting aeromagnetic data. Geophysics, 35(2): 293-302.
TALWANI, M., WOREL, J. L., LANDISMAN, M., 1959. Rapid gravity computations for two dimensional bodies with application to the Mendocino submarine fracture zone. Journal of Geophysical Research, 64: p. 49-59.
TALWANI, M. & HEIRTZLER, J. R., 1964. Computation of magnetic anomalies caused by two dimensional bodies of arbitrary shape. In: Parks, G.A. (Ed.), Computers in the Mineral Industries, Part 1, vol. 9. Stanford University Publications, Geological Sciences, p. 464-480.
WON, I. J., BEVIS, M., 1987. Computing the gravitational and magnetic anomalies due to a polygon: algorithms and Fortran subroutines. Geophysics, 52: 232-238.