CARACTERIZAÇÃO DE SEDIMENTOS ALUVIONARES UTILIZADOS NA CERÂMICA VERMELHA NA REGIÃO OESTE DE CASCAVEL, CEARÁ – BRASIL
Palabras clave:
ensaios físicos; mineralogia de argilas; difratometria de Raios X; cerâmica vermelhaResumen
Os sedimentos aluvionares de Guanacés, oeste de Cascavel, região norte-nordeste do Ceará possuem valor socioeconômico devido à sua aplicação na indústria de cerâmica vermelha. O objetivo deste estudo consiste em caracterizar tais sedimentos por meio de ensaios de granulometria, determinação do índice de plasticidade, absorção d’água, perda de massa ao fogo, retração linear e resistência à compressão; além de análises mineralo- química por FRX e DRX. Os resultados mostram que das quatro amostras, três (A, B e D) possuem silte e argila próximo à 95%, e uma (C) é areia fina argilosa (57,3% areia). A, B e D apresentam alto índice de plasticidade (Ip), sendo B a mais plástica, devido à concentração de finos; a C é considerada mediamente plástica. A proporção 2:1 de C e B, foi classificada como Silte de Alta Compressibilidade. A temperatura de queima ideal é 800°C, considerando retração linear de 2,12 mm³, perda de massa de 10,1% e absorção d´água de 10%. A DRX mostra que os sedimentos são formados por caulinita, quartzo, muscovita e ortoclásio, albita, anortita e sanidina. Dados de FRX mostram como óxidos dominantes SiO2, variando de 43,0 a 11,2% e FeOTotal de 32,5 a 17,30%, que reflete a coloração avermelhada nas peças, mesmo à 700° C. O percentual de Al2O3 é proveniente da albita, muscovita e caulinita, o de K2O é semelhante entre as amostras, refletindo a forte presença de minerais ricos em K, como microclínio, ortoclásio e muscovita. O traço utilizado apresenta bom desempenho físico-mecânico, mostrando ótima aplicação na produção de blocos cerâmicos, excelente empacotamento, alta resistência à compressão, baixa permeabilidade, com índices de absorção e perda de massa aceitável após a queima, que ultrapassam os limites da norma ABNT 15.270/2005. A argila mostrou-se ideal na confecção de peças cerâmicas de revestimento para a construção civil.
Citas
ALMEIDA, F.F.M., BRITO NEVES, B. B., DAL RÉ CARNEIRO, C. The origin and evolution of the South American Plataform. Earth-Science Reviews, Volume 50, Issues 1-2, p. 77-11. 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180, Solo- Determinação do Limite de Plasticidade. Rio de Janeiro, 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-1 — Componentes cerâmicos — Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação — Terminologia e requisitos, Rio de Janeiro, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-2— Componentes cerâmicos — Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural — Terminologia e requisitos, Rio de Janeiro, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-3 - Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação, Rio de Janeiro, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459, Solo - Determinação do Limite de Liquidez. Rio de Janeiro, 1984.
CAVALCANTE J. C., Vasconcelos A. M., Medeiros M. F., Paiva I.P., Gomes F. E. M., Cavalcante S. N., Cavalcante J. E., Melo A. C. R. Duarte Neto V. C., Benevides H. C., Mapa Geológico do Estado do Ceará – Escala 1:500.000. MME/CPRM. 2003.
CAVALCANTE, I. N. Fundamentos hidrogeológicos para a gestão integrada dos recursos hídricos na região metropolitana de Fortaleza, estado do Ceará. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 164 p. São Paulo. 1998.
CEARÁ, IPLANCE. Atlas do Ceará. 65 p. Mapa colorido, Escala 1:1.500.000. Fortaleza. 1997.
CEARÁ. Secretaria dos Recursos Hídricos. Plano Estadual de Recursos Hídricos: Atlas. 4v, v.1. Fortaleza, 1992.
DIAS, F. W. C., CAVALCANTE, I. N., SABADIA, J. A. B., VIANA, N. O., LOPES, C. R. M., Hidrogeologia dos Municípios de Pacajus e Chorozinho, porção Sul da Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará-Brasil. Águas Subterrâneas. 18p. 2005.
GOMES, C. F. 1988. Argilas: o que são e para que servem. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. 457p.
PICOLLI, R.; NASCIMENTO, G. C.; PERDONA, C. R.; PERUCCHI, P.B.; VITORETTE, P. J.; WERNCKE, A. S. W. A Importância da Utilização da Difração de raios X na Caracterização de Argilas. In: 53º Congresso Brasileiro de Cerâmica, Guarujá. 2009.
SCAPIN, M. A. Aplicação da Difração e Fluorescência de Raios X (WDXRF): Ensaios em Argilominerais.. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. São Paulo. 2003.
SOUZA, M.J.N. Bases Naturais e Esboço do Zoneamento Geoambiental do Estado do Ceará. In: LIMA, L.C. (Org.). Compartimentação territorial e gestão regional do Ceará. Fortaleza: FUNECE, 2000