Revista Eletrônica do GEPPELE
DOSSIÊ LETRAMENTOS E SUAS INTERFACES COM A FORMAÇÃO DE PROFESSORES, O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESPANHOLA.
Resumo
O ensino e a aprendizagem de uma língua estão ligados de forma intrínseca ao seu uso. Defender esse ponto de vista nos leva a diversos desdobramentos. O primeiro deles será no que se refere às metodologias de ensino adotadas para a sua efetivação. Outra consequência é a escolha, seleção e elaboração de materiais didáticos que deem suporte em igual medida ao empreendimento de se ensinar língua de forma contextualizada com seu uso. Ao pensarmos a questão de como será explorado o desenvolvimento das habilidades de falar, ouvir, ler e escrever ainda nessa perspectiva, perceberemos, também aí, implicações de se pensar a aprendizagem de uma língua na comunicação.
Nos últimos anos, o governo brasileiro tem dedicado parcela significativa de dos documentos que tem produzido, desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB, em 1996. A partir dali, os demais parâmetros, resoluções e programas governamentais têm buscado coadunar os discursos insertos em sua composição, de modo a definir um desenho claro do que deve ser a educação básica brasileira e, ao fazê-lo, também tem marcado o papel da inserção do ensino de línguas estrangeiras modernas no currículo do ensino fundamental e médio.
Conforme esse movimento tem sido feito, tem-se evidenciado que consorte os macro objetivos da educação básica, as línguas estrangeiras devem contribuir, tal qual as demais matérias do currículo escolar, para a formação de sujeitos preparados para o trabalho, capazes de interagir de forma construtiva e crítica na sociedade em que estão inseridos, de forma ética e humana, respeito o outro e a diversidade.
Aprofundando ainda mais nessa definição de papeis, as línguas estrangeiras modernas, por trabalharem as questões de linguagem, contribuem mais especificamente para o desenvolvimento desse perfil de educando, no que se refere à sua capacidade de expressão pelas diversas linguagens de que dispõem. Assim, apresentam-se objetivos tais como o desenvolvimento da criticidade dos alunos no que tane à compreensão dos textos e discursos circulantes e consumidos na e pela sociedade em que está inserto, de modo a ser capaz de reconhecer a expressividade discursiva do outro e de sim mesmo.
Em meio a essa articulação de objetivos e materialização de práticas, as atividades de letramento apresentam-se, junto com o ensino através de gêneros textuais, como caminho altamente viável para a consecução dos objetivos desenhados não apenas pelos documentos governamentais, como também, com as teorias de ensino e aprendizagem de idiomas, desenvolvidas no interior da Linguística e da Linguística Aplicada.
Os trabalhos reunidos neste quarto número da Revista Eletrônica do GEPPELE, inserem-se nesse campo de discussão ao se proporem discutir questões do ensino, aprendizagem e formação de professores de Língua Espanhola, na perspectiva dos estudos das teorias de letramento.
São trabalhos de pesquisadores Universidade Estadual do Ceará (UECE), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão de Pernambuco (IFSPE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), unidos pelo tema gerador: “Letramentos e suas interfaces com a formação de professores, o ensino e aprendizagem de Língua Espanhola”.
Esperamos que os trabalhos aqui apresentados possam contribuir para as discussões que vem sendo desenvolvidas no contexto anteriormente exposto.
Tenham todos uma excelente leitura.
Cícero Miranda
Organizador