Aspectos Morais na Decisão para o Casamento Segundo Mulheres de Duas Gerações / Moral aspects in marriage decision according to two-generation women
Resumo
Objetivamos comparar, sob a perspectiva da moralidade, os discursos de mulheres casadas em períodos distintos (1993 e 2013) em relação às justificativas por elas apresentadas para a decisão de se casarem. Para tanto, foram entrevistadas 30 mulheres casadas, de 20 a 30 anos, sendo que metade delas foi entrevistada em 1993 e a outra metade em 2013. Para análise dos dados priorizamos uma abordagem qualitativa. Nos resultados identificamos que as mulheres entrevistadas no tempo mais atual ressaltam aspectos práticos para a sua escolha, tais como estabilidade financeira, e o conhecimento mútuo do casal. Já as entrevistadas do período passado apresentaram predominantemente justificativas relacionadas ao campo dos desejos, como o desejo que ela e seu parceiro tinham de estar junto, e também o desejo de outras pessoas sobre a realização do casamento. Ademais, as participantes enfatizaram as justificativas relacionadas às características, sentimentos, desejos e necessidades comuns ao casal. Consideramos que esses resultados podem fornecer subsídios teóricos para elaboração de intervenções profissionais que visem a proporcionar a construção de relacionamentos amorosos respeitosos e duradouros em oposição à atual fragilidade dos vínculos.
Downloads
Referências
Alencar, H. M. (1993). Depoimentos de amor: um estudo sob a ótica feminina (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Araújo, M. D. F. (2002). Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações. Psicologia: ciência e profissão, 22(2), 70-77. doi: 10.1590/S1414-98932002000200009
Bauman, Z. (2004). Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humano (C. A. Medeiros, Trad.). Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar.
Blandón-Hincapié, A. I., & López-Serna, L. M. (2016). Comprensiones sobre pareja em la actualidad: Jóvenes en busca de estabilidad. Revista Latino americana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 14(1), 505-517. doi: 10.11600/1692715x. 14134271014.
Borges, C. D. C., Magalhães, A. S., & Féres-Carneiro, T. (2014). Liberdade e desejo de constituir família: percepções de jovens adultos. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 66(3), 89-103. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672014000300008
Chaves, J. C. (2010). As percepções de jovens sobre os relacionamentos amorosos na atualidade. Psicologia em revista, 16(1), 28-46. doi: 10.5752/P. 1678-9563.2010.
Comte-Sponville, A. (2007). Pequeno tratado das grandes virtudes (E. Brandão, Trad.). São Paulo, SP: Martins Fontes. (Obra original publicada em 1995).
Coutinho, S. M. D. S., & Menandro, P. R. M. (2010). Relações conjugais e familiares na perspectiva de mulheres de duas gerações:" Que seja terno enquanto dure". Psicologia clínica, 22(2), 83-106. doi: 10.1590/S0103-56652010000200007
Del Priore, M. (2012). História do amor no Brasil. São Paulo,SP: Contexto.
Delval, J. (2002). Introdução à prática do método clínico: descobrindo o pensamento das crianças (F. Murad, Trad.). Porto Alegre, RS: Artmed. (Obra original publicada em 2001).
Falcke, D., & Zordan, E. (2010). Amor, casamento e sexo: opinião de adultos jovens solteiros. Arquivos brasileiros de Psicologia, 62(2), 143-155. Recuperado de http://www.redalyc.org/html/2290/229016553013/
Ferry, L. (2013). Do amor: uma filosofia para o século XXI (R. Janowitzer, Trad.). Rio de Janeiro, RJ: Difel.
Fonseca, S. A., & Duarte, C. M. N. (2014). Do namoro ao casamento: significados, expectativas, conflito e amor. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(2), 135-143. Recuperado de https://revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/1237
Gilligan, C. (1982). Uma voz diferente (N. C. Caixeiro, Trad.). Rio de Janeiro,RJ: Editora Rosa dos Tempos.
La Taille, Y. (2006). Moral e ética: dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre,RS: Artmed.
Milfont, T. L., Gouveia, V. V., & Costa, J. B. (2006). Determinantes psicológicos da intenção de constituir família. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(1), 25-33. Recuperado de http://www.redalyc.org/html/188/18819105/
Piaget, J. (1994). O juízo moral na criança. (4a ed.) (E. Lenardon, Trad.). São Paulo,SP: Summus. (Obra original publicada em 1932).
Resolução 466/2012: Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. (2012). Ministério da Saúde, Brasília. Recuperado de http://www.conselho.saude.gov.br.
Secco, M. L., & Lucas, M. G. (2015). A vida amorosa de mulheres financeiramente independentes. Pensando familias, 19(1), 61-76. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2015000100006
Silva, I. M. D., Menezes, C. C., & Lopes, R. D. C. S. (2010). Em busca da "cara-metade": Motivações para a escolha do cônjuge. Estudos de psicologia (Campinas). 27(3) 383-391. Recuperado de http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/98803.
Wagner, A., Falcke, D., & Duarte, E. M. B. (1997). Crenças e valores dos adolescentes acerca de família, casamento, separação e projetos de vida. Psicologia: Reflexão e Crítica, 10(1). Recuperado de http://www.redalyc.org/html/188/18810111/
Zordan, E. P., Falcke, D., & Wagner, A. (2009).Casar ou não casar?: Motivos e expectativas com relação ao casamento. Psicologia em Revista, 15(2), 56-76. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-11682009000200005&script=sci_arttext&tlng=es.