A Vivência do Luto da Equipe de Saúde na Oncologia Pediátrica / The experience of mourning in the pediatric oncology health team

Autores

Resumo

A morte e a saúde são presentes na humanidade em todo tempo e espaço, contudo os modos de experiência diferem de acordo com cada cultura. Este trabalho, ancorado teoricamente na fenomenologia heideggeriana, buscou analisar a vivência do luto da equipe de saúde no contexto da oncologia pediátrica. Foi realizada uma revisão narrativa de periódicos em Psicologia e Saúde, os quais integraram o material qualitativo analisado e utilizado na construção das categorias temáticas “A equipe de saúde em seus processos de trabalho” e “O câncer infantil em seus processos de cuidado”. A literatura indica o sofrimento dos profissionais de saúde em sua atuação e propõe estratégias de apoio para uma maior preparação desses sujeitos ao lidarem com os desafios e sentimentos despertados na prática. As dimensões éticas e emocionais da oncologia pediátrica são especialmente complexas; o extenso período de tratamento favorece maior envolvimento afetivo com o paciente, mobilizando intensamente os profissionais. Identificamos nos princípios norteadores dos cuidados paliativos possíveis contribuições para a capacitação e o cuidado da equipe de saúde referente à terminalidade, especialmente quanto à comunicação na relação terapêutica. O aprofundamento da temática pode favorecer o embasamento de práticas de apoio aos profissionais e uma assistência em saúde mais humanizada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Jamille Carneiro Vasconcelos

Graduação em Psicologia pela Universidade Estadual do Ceará (2016). Especialização em Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar à Saúde - Assistência em Transplante pela Universidade Federal do Ceará (2018). Especialização em Psicologia da Saúde pelo Conselho Regional de Psicologia (2018). Experiência na área de Saúde Pública e Psicologia Hospitalar.

Caio Monteiro Silva

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará - UFC; Gestalt-Terapeuta pelo Instituto Gestalt do Ceará - IGC; Bacharel em Psicologia pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR. Atualmente é Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará - UFC (Linha de Pesquisa: Sujeito e Cultura na Contemporaneidade), Pesquisador do Laboratório de Psicologia em Subjetividade e Sociedade - LAPSUS, Professor no curso de psicologia da faculdade Ari de Sá. Desenvolve trabalhos no campo da Família, Ética, Sociedade e Subjetividades Contemporâneas, Gestalt-Terapia, Psicologia Clínica e Epistemologia.

Pedro Renan Santos de Oliveira

Doutor em Psicologia (Social) no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFC - com estância doutoral (doutorado sanduíche) na Universidad Complutense de Madrid - Espanha. Mestre em Saúde da Família - UFC. Especialista com Residência em Saúde da Família e Comunidade - SMSE/ UECE. Formação e Bacharelado em Psicologia - UFPE. Foi Conselheiro da VIII Plenária do CRP-11 (2013-2016), membro da Comissão de Saúde e membro da Direção (tesoureiro). Atuou na implantação das Residência Multiprofissional no estado do Ceará, e coordenou o Programa de Residência em Saúde da Família e Comunidade na Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS - ESP/CE) entre 2011 e 2015. Atua na área da Formação em Saúde e desenvolve práticas e pesquisas em Saúde Mental na Atenção Primária a Saúde e Psicologia em interface com a Saúde Coletiva. Experiência na área da assistência psicológica, com ênfase em Psicologia Clínica de abordagem Psicossocial. Atualmente, Professor Universitário, filiado ao Núcleo de Psicologia Social e Saúde (NUPSA) da UniChristus/ CE, também Pesquisador Visitante do "Paralaxe" - Grupo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e intervenções em Psicologia Social Crítica (grupo CNPq), vinculado ao Dpto. de Psicologia da UFC, e Supervisor Clínico-Institucional da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Maracanaú-CE.

Referências

Aguiar, I. R., Veloso, T. M. C., Pinheiro, A. K. B., & Ximenes, L. B. (2006). O envolvimento do enfermeiro no processo de morrer de bebês internados em unidade neonatal. Acta Paul Enferm., 19(2), 131-137.

Almeida, M. D. (2011). A criança com tumor de sistema nervoso central: considerações da psicanálise para a área da saúde. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Universidade de São Paulo, São Paulo.

Araújo, M. M. T., & Silva, M. J. P. (2007). A comunicação com o paciente em cuidados paliativos: valorizando a alegria e o otimismo. RevEscEnferm USP, 41(4), 668-674.

Ariès, P. (2003). História da morte no ocidente: da Idade Média aos nossos dias. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações.

Ariès, P. (1981). História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Editora Guanabara S. A.

Cardoso, E. A. O., & Santos, M. A. (2013). Luto antecipatório em pacientes com indicação para transplante de células tronco hematopoéticas. Ciências & Saúde Coletiva, 18(9), 2567-2575.

Caputo, R. F. (2008). O homem e suas representações sobre a morte e o morrer: um percurso histórico. Saber acadêmico: Revista Multidisciplinar da UNIESP, 6, 73-80.

Costa, J. C., & Lima, R. A. G. (2005). Luto da equipe: revelações dos profissionais de enfermagem sobre o cuidado à criança/adolescente no processo de morte e morrer. Rev. Latino-Am Enfermagem, 13(2), 151-157.

Doka, K. (1989). Disenfranchised grief: Recognizing hidden sorrow. New York: Lexington Books.

Färber, S. S. (2013). Tanatologia clínica e cuidados paliativos: facilitadores do luto oncológico pediátrico. Cad. Saúde Colet., 21(3), 267-271.

Genezini, D. (2012). Assistência ao luto. In Carvalho, R. T., & Parsons, H. F. (Org.). Manual de Cuidados Paliativos ANCP (pp. 569-584) (2a ed.). Academia Nacional de Cuidados Paliativos.

Giddens, A. (1991). As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp.

Heidegger, M. (1999). Ser e tempo. (M. De S. Cavalcante, Trad.) Petrópolis: Vozes.

Heidegger, M. (2002). A questão da técnica. In: Ensaios e Conferências. Trad. Emanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes.

Kovács, M. J. (2010). Sofrimento da equipe de saúde no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profissional. O Mundo da Saúde, 34(4), 420-429.

Kovács, M. J., Esslinger, I., Vaiciunas, N., & Souza, T. M. (2008). Cuidando do cuidador em UTIs pediátrica e neonatal. O Mundo da Saúde, 32(1), 24-30.

Kubler-Ross, E. (1996). Sobre a morte e o morrer (7a ed.). São Paulo: Martins Fontes.

Lyotard, J. (2009). A condição pós-moderna. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio.

Matsumoto, D. Y. (2012). Cuidados paliativos: conceitos, fundamentos e princípios. In Carvalho, R. T., & Parsons, H. F. (Orgs.). Manual de Cuidados Paliativos ANCP (2a ed.) (pp. 23-30). [s.l.]: Academia Nacional de Cuidados Paliativos.

Nogueira-Martins, M. C. F., & Bógus, C. M. (2004). Considerações sobre a metodologia qualitativa como recurso para o estudo das ações de humanização em saúde. Revista Saúde e Sociedade, 3(13), 44-57.

Paro, D., Paro, J. & Ferreira, D. L. M. (2005). O enfermeiro e o cuidar em oncologia pediátrica. Arq. Ciênc. Saúde. 12(3), 151-157.

Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paul Enferm. 20(2), 5-6.

Silva, A. F., Issi, H. B., Motta, M. G. C., & Botene, D. Z. A. (2015). Cuidados paliativos em oncologia pediátrica: percepções, saberes e práticas na perspectiva da equipe multiprofissional. Rev. Gaúcha Enferm., 36(2), 56-62.

Silva, E. P., & Sudigursky, D. (2008). Concepções sobre cuidados paliativos: revisão bibliográfica. Acta Paul Enferm., 21(3), 504-508.

Souza, L. F., Misko, M. D., Silva, L., Poles, K., Santos, M. R., & Bousso, R. S. (2013). Morte digna da criança: percepção de enfermeiros de uma unidade de oncologia. Rev. Esc. Enferm. USP, 47(1), 30-37.

Vosgerau, D. S. A. R., & Romanowski, J. P. (2014). Estudos de revisão: implicações conceituais e metodológicas. Rev. Diálogo Educ. Curitiba, 14(41), 165-189.

Zorzo, J. C. C. (2004). O processo de morte e morrer da criança e do adolescente: vivências dos profissionais de enfermagem. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Publicado

2019-07-01

Como Citar

Vasconcelos, A. J. C., Silva, C. M., & Oliveira, P. R. S. de. (2019). A Vivência do Luto da Equipe de Saúde na Oncologia Pediátrica / The experience of mourning in the pediatric oncology health team. Revista De Psicologia, 10(2), 149–162. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/39806