Considerações sobre a relacionalidade nas pesquisas participativas com crianças e jovens no/do sul global / Notes on the relationality in participatory researches with children and youth in/of the global south
DOI:
https://doi.org/10.36517/revpsiufc.12.2.2021.13Palavras-chave:
Crianças, jovens, pesquisa participativa, relacionalidadeResumo
O presente artigo apresenta reflexões sobre a pesquisa participativa a partir das relações que se estabelecem entre crianças, jovens e adultos. Tendo como base as diferentes pesquisas que os autores participaram, se problematizam dois universalismos que se fazem ver nos estudos com crianças e jovens. De um lado, há o universalismo da psicologia do desenvolvimento que objetifica crianças e jovens como indivíduos menos capazes e em vias de aquisição de racionalidade e identidade. De outro lado, estudos recentes realizados eminentemente em países do Norte tomam as novas gerações como seres autônomos que podem claramente enunciar sua voz e ponto de vista se dadas as condições para tal. Em antagonismo a tais universalismos, se defende a ideia de que a relação interdependente entre pesquisador e pesquisado produz ambos os sujeitos e que é nesta relação que a pesquisa pode se fazer participativa e relevante para aqueles que nela tomam parte.
Downloads
Referências
Adorno, T. & Horkheimer, M. (2006). Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar.
Best, A. (Org.). (2007). Representing youth: methodological issues in critical youth studies. Nova Iorque: New York University Press.
Buck-Morss, S. (1975). Socio-economic bias in Piaget’s theory and its implications for cross-culture studies. Human development, 18, 35-49.
Burman, E. (2008). Deconstructing developmental psychology. 2 ed. Routledge: Reino Unido.
Burman, E. (2009). Desenvolvimento desejado? Considerações psicanalíticas para o antidesenvolvimento psicológico. A peste: revista de psicanálise, sociedade e filosofia, 1(2), 269-294.
Butler, J. et al. (2005). Giving an account of oneself. Oxford University Press.
Castro, L. R. (2008). Conhecer, transformar (-se) e aprender: pesquisando com crianças e jovens. In L. R. Castro & V. L. Besset (Eds.), Pesquisa-intervenção na infância e juventude (pp. 21-42). Rio de Janeiro: Trarepa/FAPERJ.
XXXX (2010)
XXXX (2018)
Castro, L. R. (2020a). Age epistemology and the politcs of age. In C. Baraldi, C. & L. R. Castro, L. R. (Eds.), Global childhoods in international perspective: universality, diversity and inequalities. Sage: Reino Unido.
Castro, L. R. (2020b). Decolonising child studies: development and globalism as orientalist perspectives. Third World Quarterly, 1-18.
Castro, L. R. (no prelo). Os universalismos no estudo da infância: a criança em desenvolvimento e a criança global. In L. R. Castro (Ed.), Infâncias do Sul global: experiências, pesquisas e teoria desde a Argentina e o Brasil. Salvador: EdUFBA.
Christensen, P., & Prout, A. (2002). Working with ethical symmetry in social research with children. Childhood, 9(4), 477-497.
Cooper, A., Swartz, S., & Mahali, A. (2019). Disentangled, decentred and democratised: youth studies for the global South. Journal of Youth Studies, 22(1), 29-45.
Everatt, D. (2015) The politics of non-belonging in the developing world. In: Wyn, J. & Cahill, H. Handbook of children and youth studies (pp. 63-78). Singapura: Springer.
Figueiras-Mas, M., Perondi, M, & Flores, C. (2020). Metodologias participativas: reflexões e desafios metodológicos na pesquisa com, sobre e para jovens. Desidades, 8(27), 7-9.
Figueiredo, L. C. (2008). Matrizes do pensamento psicológico. 14 ed. Rio de Janeiro: Vozes.
Freud, S. (2001). A interpretação dos sonhos. Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1900).
XXXX (2020)
Hanson, K. (2016). Children’s participation and agency when they don’t ‘do the right thing’. Childhood, 23(4), 471–475.
Hollway, W. (2005). Gender difference and the production of subjectivity. In J. Henriques et al. (Ed.), Changing the subject: psychology, social regulation and subjectivity (pp. 223-261). Londres: Routledge.
Hook, D. (Org.). (2014). Critical Psychology. UCT Press: África do Sul.
Henriques, J. et al. (2005). Changing the subject: psychology, social regulation and subjectivity. Londres: Routledge.
Langevang, T. (2007). Movements in Time and Space: Using Multiple Methods in Research with Young People in Accra, Ghana. Children's Geographies, 5(3), 267-282.
XXXX (2016)
Lohmeyer, B. (2020) ‘Keen as fuck’: youth participation in qualitative research as ‘parallel projects’. Qualitative Research, 20 (1), 39-55.
Marcial, R. (2013). Jóvenes contemporáneos: entre las nuevas tendencias y las viejas insistencias. In J. A. Menezes, M. R. Costa, & T. C. S. Araújo (Eds.), JUBRA: territórios interculturais de juventude (pp. 21-36). Recife: Editora Universitária da UFPE.
Mayorga, C. & Pinto, G. P. (2013). Juventudes: a pluralização da experiência ou a invisibilidade das relações de poder. In J. A. Menezes, M. R. Costa, & T. C. S. Araújo (Eds.), JUBRA: territórios interculturais de juventude (pp. 101-114). Recife: Editora Universitária da UFPE.
Menezes, J., Colaço, V., & Adrião, K. (2018). Implicações políticas na pesquisa-intervenção com jovens. Revista de Psicologia, 9(1), 8-17.
Nandy, A. (2015). A imaginação emancipatória. (Ed. L. Rabello de Castro). Belo Horizonte: UFMG.
Orellana, C. I. (2016). El desafío de construir una Psicología del desarrollo crítica en sociedades inhóspitas. Revista Costarricense de Psicología, 35(2), 67-82.
Parker, I. (1989). The crisis in modern social psychology and how to end it. Londres: Routledge.
Piaget, J. (1999) Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Prout, A. & James, A. (2015). A new paradigm for the sociology of childhood? Provenance, promise and problems. In A. James & A. Prout (Eds.), Constructing and reconstructing childhood: contemporary issues in the sociological study of childhood (pp. 7-33). London: Falmer. (Original publicado em 1997).
Qvortrup, J. (2010) A infância enquanto categoria estrutural. Educação e Pesquisa, 36 (2), 631-644.
Rogers, W. (2011). Social Psychology. 2 ed. Berkshire: Open University Press.
XXXX (2018)
Szulc, A. (no prelo). Más allá de la agencia y las culturas infantiles. Reflexiones teóricas a partir de una investigación antropológica con niños y niñas mapuche en y a partir del sur. In L. R. Castro (Ed.). Infâncias do Sul global: experiências, pesquisas e teoria desde a Argentina e o Brasil. Salvador: EdUFBA.
Walkerdine, V. (1995). O raciocínio em tempos pós-modernos. Educação & Realidade, 20(2), 207-226.
Wanderley, L. E. W. (2017). A questão social no contexto de globalização: o caso latino-americano e caribenho. In L. B. Belfiore-Wanderley, L. Bógus, & M. C. Yasbek (Eds.), Desigualdade e a questão social (pp. 61-172). 4 ed. rev. e ampliada. São Paulo: EDUC.
Wyn, J; White, R. (1997) Rethinking Youth. Australia: Allen & Unwin.
Wyness, M. (2012). Children’s participation and intergenerational dialogue: bringing adults back into the analysis. Childhood, 20(4), 429-442.