Fronteiras de gênero em Guiné-Bissau:
por uma antropologia endógena e ativa
DOI:
https://doi.org/10.36517/rcs.v55i1.71401Palavras-chave:
Gênero. Guiné-Bissau. Agência. Poder. Antropologia.Resumo
As mulheres em associações na Guiné-Bissau estão inseridas em uma dinâmica e uma gramática peculiares no que diz respeito aos modos de conceber e expressar identidades femininas africanas e, portanto, podem ser consideradas expressões culturais contra hegemônicas. O olhar etnocêntrico limita a compreensão do que essa realidade das mulheres africanas significa para quem as vive. Este trabalho apresenta um escopo abrangente de questões de gênero relacionando as fronteiras de conhecimento e poder a um contexto empírico particular marcado por mulheres em associação. Com escolhas teórico-metodológicas sustentadas pela antropologia e por um diálogo com intelectuais africanas/os, este artigo pretende, também, refletir sobre a agência feminina na Guiné-Bissau e seu papel na construção de coletividades e transformação social. O artigo é, portanto, um momento de reflexão ativa que propõe problematizar o lugar histórico e de produção de conhecimento sobre as fronteiras de gênero incorporando aspectos das interações entre mulheres nas organizações sociais na Guiné-Bissau.
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