Doença de Nasu-Hakola: causa rara de fratura e demência precoce

Autores

  • Pedro Nogueira Damasceno Neto Universidade Federal do Ceará (UFC)
  • Carla Antoniana Ferreira de Almeida Vieira Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM)
  • André Rodrigues Façanha Barreto Universidade Federal do Ceará (UFC), Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC)
  • Catarina Brasil d’Alva Universidade Federal do Ceará (UFC), Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC)

DOI:

https://doi.org/10.20513/2447-6595.2024v64n1e82034

Palavras-chave:

Doenças ósseas metabólicas, Fraturas espontâneas, Demência frontotemporal

Resumo

Objetivo: Relatar caso de paciente jovem com múltiplas fraturas decorrentes da doença de Nasu-Hakola (DNH). Metodologia: revisão de prontuário, entrevista com paciente e familiares e revisão de literatura. Resultados: paciente masculino, 33 anos, sofreu quatro fraturas por fragilidade óssea em metatarso, punhos e tornozelo, além de alteração comportamental, evoluindo com demência frontal. A densitometria óssea revelou massa óssea diminuída, entretanto não foram encontradas causas de osteoporose secundária. As radiografias de ossos longos revelaram múltiplas lesões osteolíticas de padrão cístico metaepifisárias em membros inferiores e superiores. Diante do quadro de fraturas e demência, foi levantada a hipótese de DNH, condição autossômica recessiva rara que cursa com osteodisplasia lipomembranosa policística com leucoencefalopatia esclerosante. Mutações inativadoras dos genes TREM2 e TYROBP representam a etiologia molecular, mas a fisiopatologia das lesões ósseas e neurológicas é desconhecida. Não há tratamento estabelecido. Entretanto, foi iniciado bisfosfonato (alendronato) empiricamente há 8 anos, não havendo recorrência de fraturas, o que surpreende devido à rápida evolução da doença óssea descrita na literatura. Conclusão: A DNH é causa rara de fratura em jovens. No caso descrito, o tratamento com bisfosfonato resultou em bom controle clínico da doença óssea, além de estabilidade radiológica das lesões.

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Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

RELATOS DE CASO