Uma expressão não positiva
considerações sobre o conceito de plano de expressão em Claude Zilberberg
Palavras-chave:
plano de expressão, semiose, semiótica tensivaResumo
O presente trabalho tem o objetivo de analisar o uso não ortodoxo que Claude Zilberberg faz do conceito de expressão em semiótica. Diversos autores têm apontado como a concepção zilberberguiana de expressão parece não ser compatível com o modo como o conceito é estabelecido habitualmente pela teoria semiótica. Porém, sem, salvo engano, procurar responder uma questão que parece de difícil resolução: qual a motivação para a modificação de um conceito tão estabilizado quanto o de expressão? Ponto que nos parece central, especialmente se pensarmos que Zilberberg está entre os autores que melhor souberam reler a tradição semiolinguística para nela encontrar possibilidades de renovação e de alargamento do pensamento semiótico. Para fazer frente a essa questão, abordaremos, especialmente, dois pontos de discordância entre a concepção de expressão própria à Zilberberg e a abordagem corriqueira em semiótica: 1) a virtualização de uma positividade estésica do plano da expressão; 2) o deslocamento do lugar hierárquico ocupado pela expressão na estratificação da linguagem. Ao fazer essa leitura, demonstraremos que essas duas características prestam contas às perspectivas complementares da adequação e da arbitrariedade, presentes na relação entre teoria e objeto.