O amor é feio (e lindo!)
O esvaziamento da predicação como concentração de valor
Palavras-chave:
Predicação. Foria. Semiótica da Canção. Canção tribalista. Relações amorosas.Resumo
Apresentamos um estudo da canção “O amor é feio”, composta por Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, que a lançaram no álbum Tribalistas (2002). Sob o aparato teórico-metodológico da Semiótica Discursiva (GREIMAS; COURTÉS, 2011) e da Semiótica da Canção (TATIT, 2019; 2002; 1997), investigamos as estratégias de enunciação da canção no tratamento do tema relações amorosas. Com a predominância quase total da debreagem enunciva e a recorrência de apenas dois motivos, respectivamente no âmbito da letra e da melodia, a canção se desenvolve na enunciação de dois pontos de vista sobre o amor, cujas predicações, que transitam de valores disfóricos a eufóricos, são progressivamente diminuídas, até serem esvaziadas, na promoção de uma espécie de fusão sujeito-objeto, resultando num sentido pleno, num valor absoluto para o amor.