DIREITO LINGUÍSTICO E (R)EXISTÊNCIAS NO ENSINO SUPERIOR: O CASO DE DESCOLONIZAÇÃO DA LINGUAGEM NA UNILA

Autores/as

  • Ligia Karina Martins de Andrade

Resumen

Este artigo analisa algumas mudanças discursivas e sociais a partir do ingresso de estudantes indígenas e refugiados ou portadores de visto humanitário no contexto do ensino superior da Unila. O objetivo deste estudo é visibilizar esta diversidade linguística e cultural e avaliar as políticas linguísticas com relação à presença destas línguas frente ao bilinguismo institucional (português e espanhol). A partir de uma perspectiva metodológica interdisciplinar que parte da Análise do Discurso, da Ecologia das Línguas e das Políticas Linguísticas, abordaremos as questões relacionadas às línguas minorizadas na universidade e à necessidade de políticas que combatam as assimetrias nas relações de poder ainda presentes no contexto institucional. Detemo-nos na análise de alguns discursos sobre o ingresso e permanência destes estudantes e de como eles contribuem na descolonização da linguagem, revelando a necessidade de uma revisão da política linguística institucional e do currículo, o que aponta para uma reorientação das práticas discursivas que podem acarretar práticas pedagógicas condizentes com uma perspectiva decolonial. As conclusões iniciais apontam as implicações identitárias, políticas, epistêmicas e pedagógicas de tais relações, promovendo tanto o deslocamento destas línguas por meio da resistência destes sujeitos que se inscrevem na produção de conhecimento como na produção de mudanças discursivas e sociais por meio da promoção da interpretação comunitária e do combate ao racismo e à xenofobia no contexto local.

PALAVRAS-CHAVE: Direito linguístico; Análise do Discurso; Ecologia das Línguas; Descolonização da linguagem.

Publicado

2024-05-16