QUILOMBOLAR: PERMANECER NEGRO NA UNIVERSIDADE

Resumo

Quilombolar: permanecer negro na universidade constrói-se mediante o reconhecimento da necessidade de maior ênfase no trabalho das relações étnico-raciais no curso de Psicologia em Fortaleza. O projeto encontra-se alinhado a movimentos negros e as orientações do Conselho Federal de Psicologia que apontam a urgência de pensar os impactos do racismo na sociedade e suas implicações na academia. Busca pensar o percurso acadêmico e referências para a formação e atuação profissional de forma integral. Integra-se ao grupo Prof. Jandson Ferreira, do IFCE- Iguatu,importante parceria. Estrutura-se em dois eixos: formação e ação. Como ação: viabiliza treinos de capoeira, realizados de modo virtual pelo zoom em 2020 devido à pandemia de Covid 19. Como formação, o projeto atua como resistência ao epistemicídio, que dificulta a permanência de estudantes negros nas universidades por falta de representatividade e de problematizações que lhes digam respeito. Foi estimulada construção de a matriz grupal voltada a estudos de referências negras, questões étnico-raciais e ao acolhimento de estudantes negros, articulando a capoeira como prática de resistência cultural, ressignificação histórica e dispositivo de cuidado que funciona como grupo de estudos e vivências. Em 2020, com a seleção de bolsista PAIP, pôde-se criar espaço para elaboração dos atravessamentos das estruturas raciais na formação acadêmica e na capoeira. Realizou-se o curso de extensão: "A Capoeira na luta antirracista". Como resultados temos que as atividades remotas, o projeto conseguiu levar sua temática para fora dos muros da universidade, alcançando estudantes de outras cidades com a capoeira e, pelo curso, introduzindo a temática entre capoeiristas, negros e acadêmicos locais e de outros Estados. Como perspectivas temos o fortalecimento da matriz grupal do Quilombolar em termos de formação e difusão, além da continuidade das ações já realizadas.