A EXPERIÊNCIA DE MAUD MANNONI E A TRANSMISSÃO DA PSICANÁLISE
Resumo
Em tempos nos quais a estética fascista e totalitária tão presente socialmente aparece mesmo nos espaços onde a alteridade deveria consistir como uma causa ética, entendemos imprescindível recuperar testemunhos que convoquem uma postura mais humanitária, coletiva e menos proselitista. Desse modo, este trabalho perscruta a transmissão da psicanálise a partir da experiência de Maud Mannoni, psicanalista heterodoxa cujo os trabalhos inserem-se num contexto de enfrentamentos sociais e de crítica às práticas dogmatizadas. Delimitamos, no contíguo de seus escritos, três eixos que destacam-se em sua trajetória prático-teórica: a infância, a loucura e a psicanálise. Ambos perpassam suas vivências institucionais, produções textuais, assim como sua história de vida. Desta forma, objetivamos estabelecer contribuições de M. Mannoni à psicanálise e à cultura perquirindo os três eixos temáticos destacados em sua obra. Este trabalho é realizado através de uma pesquisa bibliográfica, na qual fazemos uso de referências conceituais e históricas para proporcionar inteligibilidade aos eixos referidos. Neles encontramos a herética reivindicação pela liberdade e o lugar de alteridade, diante da problemática da palavra tolhida seja por um desenvolvimento a "concluir-se" na criança, por uma "adequação" a realizar-se no "louco" ou por um saber catedrático na psicanálise, ilusões pautadas por ideais, muitas vezes, conservadores e imaginários. Depreendemos o quão a postura contestadora desta psicanalista tem a colaborar aos nossos dias, pois sua trajetória inspira a necessária contraposição a qual devemos nos empenhar em sustentar diante de expressões cada vez mais fechadas e intolerantes nos campos de saber e nas instituições.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
Licença
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