A RESISTÊNCIA E A LIDERANÇA DAS MULHERES NEGRAS NO QUILOMBO DE QUEIMADAS EM CRATEÚS-CEARÁ

Resumo

O estudo aqui descrito é parte de uma pesquisa documental e de campo, realizada no Quilombo de Queimadas, localizado na cidade de Crateús, estado do Ceará. A mesma caracteriza-se como estudo de caso, e objetiva analisar a atuação política, social, identitária e a resistência das mulheres quilombolas, que desde o ano de 2004 exercem a liderança política na comunidade, representadas especificamente por três mulheres de idades diferentes. A mais experiente com 35 anos, uma com 27 anos e a terceira pesquisada com 22 anos. As mesmas são descendentes da família Lourenço, um dos troncos familiares principais que deram origem ao Quilombo de Queimadas. A pesquisa com as mulheres quilombolas foi realizada em novembro de 2020, descrita em duas etapas: a primeira entre os dias 04 e 20 desse mês, por ocasião de uma palestra proferida pelas mesmas em um curso de Formação de Professores, proporcionado pelo Instituto Federal do Ceará- campus Crateús. A segunda foi uma entrevista in loco, com as três mulheres, respectivamente, tias e sobrinhas na comunidade onde residem. As narrativas das mulheres permitem-nos compreender o quilombo como lugar de luta, de resistência, bem como, o espaço onde se faz necessário, desde jovem, a inserção na luta pela defesa de seus territórios e das suas identidades étnicas, rompendo preconceitos de gênero e de igualdade racial, frente ao entendimento de que são elas que também percebem na família, a possibilidade de trabalhar os seus componentes, para o processo de socialização e rompimento dessas condições diferenciadas, preservando sua identidade étnica em meio à pluralidade e à igualdade de gênero. A pesquisa aqui descrita foi possibilitada com o apoio do aporte financeiro da CAPES- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, bem como a orientação da professora Monalisa Soares Lopes e dos colegas coautores do Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional-PROFSOCIO-UFC.