AS FORTALEZAS QUE EMBARCAM NO GRANDE CIRCULAR I (151)

Autores

  • Rosana Roseo Batista
  • Silvia Helena Belmino Freitas

Resumo

A pesquisa reflete sobre a existência de diferentes realidades socioeconômicas e culturais presentes na cidade de Fortaleza, a partir de observação realizada no ônibus Grande Circular I. Durante o trajeto do coletivo, que percorre 33 dos 169 bairros da capital cearense, ao longo de, aproximadamente, 4 horas de viagem, presenciamos nos cenários externos a gritante desigualdade social responsável por avizinhar espaços planejados de luxo e consumo à moradias marcadas por extrema pobreza. Além disso, os passageiros que embarcam e desembarcam ao longo dessa trajetória também exprimem, por meio de suas palavras, gestos e vestimentas, as condições também díspares em que estão inseridos socialmente. Assim, a partir dessas análises, buscamos compreender e responder ao questionamento: quantas cidades cabem na mesma dimensão territorial de Fortaleza? Em nossa busca, cruzamos com estudos sobre direito à cidade (LEFEBVRE, 1999, 2008; AGIER, 2015), mobilidade (AUGÉ, 2010; CAIAFA, 2002; MENEZES, 2014), lugares (AUGÉ, 1994; TUAN, 1983; CERTEAU, 2012), cotidiano (CERTEAU, 2012; PRIORI, 1997; GOFFMAN, 2013; BLANCHOT, 2007) e potencial comunicativos dos transportes coletivos (BELCHIOR, 2010; CAIAFA, 2004, 2005; CANEVACCI, 2004), bem como fizemos uso de uma metodologia de caráter etnográfico, que prioriza o olhar para a cidade de dentro para fora (MAGNANI, 2002), ao passo utilizamos das tradicionais ferramentas de observação, a saber, diário de bordo (WINKIN, 1998) e captura de imagens e áudios. Por se tratar de uma pesquisa em andamento, não podemos elencar resultados, apenas ponderar considerações de que nossas premissas iniciais vêm sendo confirmadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação