COLONIALIDADE DE GÊNERO E HOMOFOBIA INTERNALIZADA: NOTAS TEÓRICAS PARA O INÍCIO DE UMA RELAÇÃO.

Autores

  • JosÉ da Silva Oliveira Neto
  • James Ferreira Moura JÚnior

Resumo

O imperialismo estadunidense e europeu inaugurou novas formas de relacionamento humano na modernidade, em um jogo onde alguns corpos e vivências são valorizados, outros não. Chamamos de colonialidade a herança do colonialismo histórico, a qual se manifesta nas práticas de violência em direção aos indivíduos que fogem à norma colonial. Este estudo tem como objetivo geral traçar aproximações entre os conceitos de colonialidade de gênero e homofobia internalizada e, de modo específico, a) discorrer sobre o papel da colonialidade de gênero para o estabelecimento da heterossexualidade como norma balizadora para a sexualidade humana; b) indicar o papel da colonialidade de gênero frente ao fomento da homofobia; e c) apontar o lugar que a colonialidade de gênero ocupa no fortalecimento da homofobia internaliza. Este estudo é de natureza teórico-bibliográfica e tem na revisão narrativa de literatura método e caminho; dessa forma, não há pretensão de esgotar a literatura especializada nos campos da colonialidade de gênero e da homofobia internalizada. A colonialidade precisa de alguns pilares para funcionar, os quais são a colonialidade do saber, a colonialidade do ser, a colonialidade do poder e a colonialidade de gênero. Esta última é responsável pela construção da ideia de que a masculinidade é superior à feminilidade, de forma que a heterossexualidade aparece como um elemento imediatamente ligado à masculinidade. Em uma matriz social homofóbica, os sujeitos lidam cotidianamente com a homofobia; assim, elementos homofóbicos presentes nas relações sociais são internalizados pelos sujeitos. É o que se chama de homofobia internaliza, a qual tem implicações negativas significativas para a saúde mental. Conclui-se que a colonialidade de gênero está associada à homofobia internalizada, e que esta despotencializa a vivência dos sujeitos na modernidade. Por fim, presta-se agradecimento à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação