CONFLITO GERACIONAL EM UMA EMPRESA FAMILIAR NO PERÍODO DA PANDEMIA COVID-19

Resumo

Este estudo teve por objetivo analisar a gestão de conflitos geracionais numa empresa familiar durante o período da pandemia Covid-19 eclodido no Brasil. O artigo tem como objetivo analisar como cada geração percebe na família empresária o conflito durante o período pandêmico. Trata-se de um grupo empresarial familiar cearense que se encontra em sua primeira geração e em processo de transição para a segunda geração. Realizamos um estudo de caso descritivo, de caráter qualitativo, sendo coletados dados secundários em documentos da empresa e da família; e dados primários, por meio de questionário semiestruturadas. Participaram das entrevistas 14 membros da família proprietária, familiares não acionistas empregados que compõem a segunda geração. Fica evidenciado que os conflitos geracionais no período pandêmico aumentaram em muito as relações de gestão e o período caracterizou-se por uma ruptura entre dois grupos: o dos heróis – que trabalharam presencialmente todos os dias na pandemia e o dos vilões – que defenderam o isolamento e trabalharam em home office no período. Os resultados apontam que os conflitos são maiores quando entre gerações diferentes. Como em todo sistema familiar, vemos uma complexidade de questões relativas ao funcionamento da empresa surgida a partir desse prisma. Entre os familiares que fundaram a empresa fica o sentimento que de ‘sempre foi feito assim e deu certo’ e isso gera um receio em se passar o bastão de forma verdadeira e definitiva. Para os familiares da segunda geração que entraram na empresa por herança de propriedade, fica o perene sentimento de ineficiência e subutilização, além de serem constantemente avaliados por antigas medidas, cheios de ousadia e novas formas de gerir. Acreditamos que esse trabalho pode ter contribuído na busca de novos formatos para antigas questões familiares de gestão e ainda possa trazer interesse aos novos estudos na área.