ESTRIGAS E OS TRABALHOS DE MEMÓRIAS DAS ARTES CEARENSES

Resumo

Estrigas (Nilo de Brito Firmeza) foi um artista cearense, que contribuiu para os “mundos da arte”, de várias maneiras: com suas obras, ensinando técnicas, fazendo críticas e curadoria, entre outras funções. Em 1969 criou o Minimuseu Firmeza junto com a esposa e artista Nice. O museu mais do que um local de exposição de esculturas e telas, era amplo em funções e significados: ateliê coletivo, espaços de trocas de conhecimentos e fazeres artísticos, mas também lugar de memórias. Estrigas passou a entrevistar os artistas e a colecionar materiais como catálogos de exposição e jornais fazendo de sua biblioteca referência para pesquisadores das artes no estado. Na década de 1950 Estrigas iniciou seu percurso artístico, e assumiu o papel de narrador das artes do Ceará, ao perceber que não havia preocupação de outros sujeitos em sistematizar e preservar essa história. Os trabalhos de memória empreendidos por ele resultaram nos diários e livros de memória publicados: “Arte na Dimensão do Momento”, volumes I e II; “Entre o Dia e a Noite e Diário Paralelo” e “Hoje e o Tempo Passado: um Encontro com as Lembranças”. Tendo como base na metodologia, do inventário analítico, procuramos identificar os processos envolvidos nos empreendimentos da memória, bem como as singularidades dessa escrita. Infere-se que as memórias dele alcançaram principalmente o coletivo. Tais registros delineiam uma cartografia das artes, abrem caminho para questões coletivas, tornam conhecidas quem integrava os mundos da arte, o que faziam, que lugares frequentavam, como negociavam suas obras. Portanto, a pesquisa em andamento integra-se à História Social a partir da História das artes no Ceará, de como essas relações foram estabelecidas, de forma conflituosas ou de entendimento. A presente pesquisa está vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio e Memória-GEPPM/UFC/CNPq e conta com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).