FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À LESÃO RENAL AGUDA POR COVID-19 EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores

  • Marza de Sousa Zaranza
  • Polianna Lemos Moura Moreira Albuquerque
  • Geraldo Bezerra da Silva Junior
  • Gdayllon Cavalcante Meneses
  • Natália Linhares Ponte Aragão
  • Elizabeth de Francesco Daher

Resumo

A síndrome respiratória aguda grave relacionada a doença COVID-19, tem tido uma repercussão global e o Brasil é um dos países mais afetados. A internação em unidade de terapia intensiva (UTI) pode variar entre 25 a 30%. A lesão renal aguda (LRA) na COVID-19 é uma complicação presente em 20 a 40% dos pacientes admitidos em UTI. Objetivo: Investigar os fatores de risco associados ao desenvolvimento da LRA em pacientes internados por COVID-19. Método: Estudo retrospectivo realizado em hospital público terciário adaptado para servir ao enfrentamento da COVID-19, em Fortaleza - CE - Brasil. Foram incluídos 95 pacientes divididos em dois grupos (com LRA e sem LRA), de acordo com as diretrizes da KDIGO. Para a análise de dados, utilizou-se o programa SPSS versão 23.0. As variáveis com p<0,05 foram consideradas significativas. Resultados: Foram estudados 95 pacientes admitidos na UTI por COVID-19. Os grupos com e sem LRA apresentaram respectivamente nível de hemoglobina média (7,3 ± 1,95 vs 11,2 ± 1,87 mg/dL; p<0,0001) e procalcitonina média (10,7 ± 20 vs 0,23 ± 0,21 ng/mL; p=0,009) diferentes estatisticamente. Os níveis máximos de lactato desidrogenase (LDH) (1596,05 ± 1388,05 vs 716,95 ± 255,53 U/L; p<0,0001), proteína C reativa (160 ± 85,14 vs 4,2 ± 5,67 mg/L; p=0,01) e d-dímero (10,94 ± 9,9 vs 4,2 ± 5,67 ng/dL; p=0,001) também diferiram entre os grupos. Na análise regressiva entre os fatores independentes associados com o desenvolvimento da LRA destacamos o d-dímero máximo (p=0,002; OR= 1,78, IC95% 1,23 – 2,58), proteína C reativa (p=0,028; OR= 1,288, IC95% 1,037 –1,858), LDH (p<0,0001; OR= 1,36, IC95% 1,16 – 1,6) e plaqueta menor que 100.000/mm³ (p<0,0001; OR= 3,47, IC95% 1,97 – 6,09). Conclusão: A lesão renal aguda associada à COVID-19 é uma condição clínica grave, frequente e com alta mortalidade e a presença de coagulopatia pode estar relacionada. Estudos posteriores são necessários para melhor compreensão de fatores associados ao desenvolvimento da LRA.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação