FILOSOFIA DA TECNOLOGIA: UMA PERSPECTIVA CRÍTICA DE HERBERT MARCUSE

Autores

  • Leandro Viana Àvila
  • Adauto Lopes da Silva Filho

Resumo

Em um mundo cada vez mais globalizado, percebe-se que filosofar acerca da tecnologia tem-se tornado um assunto pouco explorado, mas no avançar das contradições da modernidade, faz-se imprescindível refletir a nossa relação com a tecnologia. Tomando essas considerações, o presente trabalho propõe trazer uma reflexão filosófica da tecnologia centrada na perspectiva do pensador da Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse. A pesquisa foi elaborada a partir do primeiro ensaio de Marcuse intitulado de Algumas implicações sociais da tecnologia moderna (1941) e aprofundado na sua principal obra O homem unidimensional (1964). Em nossos estudos, identificamos que a questão central que Marcuse levantou foi interpretar filosoficamente a tecnologia, para além de um problema epistemológico ou intencional do seu uso. Marcuse expõe a tese de que, ao incorporarmos a tecnologia como parte de nossa realidade cotidiana em todos os aspectos da cultura, ética, política e histórica da sociedade, absorvemos o seu modo de produção administrativo na forma de eficiência e razão. Ou seja, a tecnologia é apresentada aqui como um modo específico de organizar e perpetuar o estado de coisas existente, um instrumento de controle. A teoria crítica da tecnologia que Marcuse elabora, rejeita a ideia de sua neutralidade e relata a apropriação da ciência pela indústria capitalista para aumentar sua lucratividade, tomada apenas por seu aspecto prático e instrumental. Ressalta-se que Marcuse não é contrário aos benefícios da tecnologia, mas somente evidencia a aparente liberdade e progresso que é celebrada nas sociedades opulentas, pelo desenvolvimento técnico-científico, ao constituir formas requintadas de exploração do ser humano, cuja vida está cada vez mais reduzida à dimensão única do que considera “racional”. Assim, conclui-se que a tecnologia na sua forma atual é pensada para satisfazer as necessidades e interesses dominantes e a reprodução da vida existente. Agradecemos a CAPES pelo apoio financeiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação