GESTÃO DA VIDA, CONJUGALIDADE E ENCARCERAMENTO EM MASSA NO CEARÁ.
Resumo
Em 2020, o sistema penitenciário do Ceará atingiu a marca de 22.669 pessoas presas, sendo estas submetidas a atual política de “contato zero” do Estado. Ao passo que do lado de fora das penitenciárias, familiares, as quais são em grande número mulheres e esposas, comparecem às filas das visitas sociais carregando roupas, produtos de higiene e água potável para a manutenção, ou gestão da vida, de seus familiares em privação de liberdade. As fronteiras entre dentro e fora das prisões não são tão sólidas como se constrói o pensamento punitivista do Estado moderno, uma vez que sem as visitas e a entrega dos ítens de sobrevivência, a precariedade é gravemente acentuada. Assim, esse trabalho busca apresentar algumas reflexões sobre como as disputas territoriais em Fortaleza, a relação com o aumento de feminicídios e a militarização da vida submetem os corpos e sexualidades a um regime ancorado no patriarcado colonialista que estrutura a sociedade brasileira e detém o poder de morte dos corpos das mulheres. Algumas moralidades acionadas pelos grupos que disputam poder de mando em Fortaleza inscrevem o corpo feminino como território em disputa, definindo limites e normas de gênero e sexualidade, em que a conjugalidade aparece como importante narrativa de vida dessas mulheres. Por isso, se torna possível experiência de análise quando é narrada pelas mulheres, em que são perceptíveis as dimensões simbólicas dos valores, das representações sociais e das diferentes maneiras em que se articulam histórias de relacionamentos afetivos atravessados por desigualdades. Algumas questões justificam e conduzem a realização da pesquisa: compreender a dinâmica social em que estão inseridas as mulheres a partir das múltiplas maneiras de dar significado ao mundo e à experiência vivida, descrever como suas identidades históricas são construídas e compreendidas por elas mesmas na construção de si e verificar o tratamento que recebem na dinâmica social considerando suas relações afetivas.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
Licença
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