GILBERTO FREYRE E O RACISMO NO BRASIL: PASSADO E PRESENTE

Autores

  • Ellen de Fatima Ferreira Belem
  • Fábio Gentile
  • Fabio Gentile

Resumo

Entre as obras clássicas do Pensamento Social Brasileiro que contribuíram para a construção do imaginário do Brasil da democracia racial, destaca-se Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (2002). Publicada em 1933, a obra discorre sobre a formação da sociedade brasileira englobando os três povos que primariamente formaram a base da nação: índios, negros e portugueses. O empreendimento de Freyre ao tecer uma obra sobre o sucesso da miscigenação brasileira serviu à época como elemento de confronto das teses racistas vigentes na época, que condenavam a miscigenação e consideravam que a mestiçagem resultaria num povo degenerado. No entanto, sua romantização das relações entre colonos e colonizados é justificadamente criticada por atenuar extremas violências sofridas pelos indígenas e pela população negra escravizada no Brasil Colônia. O modelo de latifúndio implantado pelos portugueses para ocupação do território da colônia suprimiu qualquer atividade além do mesmo e contribuiu para a perpetuação do modelo escravocrata e patriarcal vigente na época, e que parece não ter sido superado na sociedade brasileira atual. A partir dessas raízes da formação da sociedade e economia brasileiras, vê-se traços que ajudam a compreender alguns dos processos autoritários que o Brasil atravessou – e que ressurgem – ao longo de seus 520 anos. O presente trabalho tem como objetivo traçar uma análise histórico-comparativa entre a sociedade brasileira retratada por Gilberto Freyre e o Brasil da contemporaneidade, através de análise da própria obra e de outros trabalhos clássicos do Pensamento Social Brasileiro para a compreensão dessa questão.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação