NEY MATOGROSSO, PABLLO VITTAR E A DISRUPTIVIDADE QUEER NAS IMAGENS DO ESPETÁCULO.
Resumo
Ney Matogrosso e a drag-queen Pabllo Vittar tornaram-se, em épocas distintas, símbolos culturais de suas gerações em função de sua música, mas, para além disso, pelo caráter performativo de suas imagens disruptivas queer. O conceito de imagem disruptiva que aqui utilizo, de forma temporária, foi cunhado por mim, no contexto dessa pesquisa de doutorado, em referência à imagens midiáticas instauradoras de processos de subjetivação operantes a partir do que Jacques Derrida compreende como "diferença". Tanto em Ney, quanto em Pabllo, analiso a performatividade disruptiva a partir da confluência entre as formas de expressão de gênero, sexualidade e de uma decolonialidade discursiva celebratória da latinidade de ambos os artistas. a imagem disruptiva, no entanto, não cessa de ser cooptada pelo próprio regime no qual é produzida, o regime capitalista de produção e controle das subjetividades. Como hipótese, esta pesquisa traz, então, o caráter potencialmente ambivalente das imagens disruptivas, uma vez que, a medida que os artistas Ney Matogrosso e Pabllo Vittar produzem reconfigurações nos imaginários sociais e promovem novas formas de partilha do sensível, são também vedetes de um regime de produção que funciona de forma espetacular, transformando os processos de produção subjetiva dissidentes em, também, processos de captura, fazendo da diferença mais uma mercadoria a ser consumida. Essa pesquisa encontra-se em desenvolvimento e está sendo realizada a partir de um corpus bibliográfico diversificado, contemplando autores oriundos dos estudos queer e feministas, como Judith Butler e Paul B. Preciado, e das epistemologias decoloniais, em diálogo com autores de uma tradição pós-estruturalista francesa, como Michel Foucault, Jacques Rancière, Gilles Deleuze e Marie-José Mondzain.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
Licença
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