O MUCURIPE E O RIACHO MACEIÓ: ESPACIALIDADES SUBJETIVAS, TEMPOS FRAGMENTADOS E A INVENÇÃO DE UMA FORTALEZA TURÍSTICA

Autores

  • Matheus Cardoso de Andrade
  • Antonio Gilberto Ramos Nogueira

Resumo

O Mucuripe, localizado no litoral oeste de Fortaleza, tradicionalmente foi reconhecido como um bairro de pescadores, artesãos e pessoas carentes vivendo em relação ao mar. Com o intuito de refletir e problematizar a memória sobre o bairro e as (des)construções ocorridas no final do século XX, buscaremos compreender o bairro, suas espacialidades, histórias e o processo de “turistificação” da cidade tendo como objeto o Riacho Maceió, um patrimônio ambiental urbano local diretamente afetado pelo progresso, divisor de águas de diversas Fortalezas, Mucuripes, relações sociais, ambientais e históricas. Questionamentos direcionadores como “o que é o Mucuripe?” “Para quem é ou foi feito esse bairro? A qual cidades pertencemos? quais são os patrimônios (ambientais) de Fortaleza?” ajudaram a constituir problemáticas importantes para a pesquisa em andamento. A pesquisa tem como objetivo principal desenvolver reflexões centradas nas discussões sobre a cidade, a noção de patrimônio ambiental urbano, as mudanças ocorridas no âmbito urbanístico e cultural no final do século XX. A metodologia consiste no levantamento bibliográfico sobre a temática, consulta em sites referentes à cidade de Fortaleza, Mucuripe e o turismo no período, análises de jornais presentes em acervos comunitários, documentos sobre o Maceió. Frente a tais fontes percebe-se que as concepções sobre cidade, patrimônio, natureza e memória tensionadas nessa época, em termos estruturais, resultaram numa tentativa frustrada de superação das desigualdades étnicas e econômicas através do investimento no setor comercial e turístico, fatores intimamente relacionados com diversos problemas sociais, ambientais e urbanísticos. As constantes violações legais e simbólicas às áreas ambientais legitimaram projetos neoliberais em torno do Maceió e da orla, mesmo que nitidamente em detrimento do ideal de bem comum. A pesquisa vincula-se ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio e Memória-GEPPM/UFC/CNPQ e conta com bolsa CAPES.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação