“O QUE A GENTE PODE FAZER COM ISSO?” MUDANÇAS NOS COTIDIANOS DE SUJEITOS ESCOLARES DECORRENTES DA VIOLÊNCIA ARMADA.

Autores

  • Laisa Forte Cavalcante
  • Isadora dos Santos Alves
  • Victória Bruna Gomes Frota
  • Aldemar Ferreira da Costa
  • Lucas Araújo da Silva
  • Joao Paulo Pereira Barros

Resumo

Este trabalho é um desdobramento de um projeto de pesquisa em andamento que tem como objetivo analisar efeitos psicossociais da violência armada e práticas de enfrentamento a essa problemática em contextos periféricos de Fortaleza sob a perspectiva de alunos, professores e gestores de escolas públicas da região do Grande Bom Jardim (GBJ). O estado do Ceará possui um dos cenários de homicídios de jovens mais preocupantes do país, esses índices e as disputas territoriais de facções nas periferias afetam alguns equipamentos sociais importantes, principalmente a escola pública. Mesmo durante a pandemia de Covid-19 no Ceará e o isolamento social, o número de homicídios continuou crescendo. Temos como objetivos específicos: problematizar mudanças nos cotidianos de sujeitos escolares do GBJ decorrentes das dinâmicas da violência armada em contextos periféricos e discutir estratégias produzidas por escolas públicas para o enfrentamento aos efeitos da violência armada em seus cotidianos. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa-inter(in)venção, à luz do ethos da cartografia, articulada ao projeto de extensão Re-tratos da Juventude em territorialidades escolares do GBJ. Os participantes deste estudo são sujeitos escolares: gestores e professores de escolas que compõem o Fórum de Escolas pela Paz, além de discentes do ensino médio de uma escola. As narrativas dos participantes sobre suas experiências perpassam por mudanças em seus cotidianos em decorrência da violência armada, efeitos psicossociais como medo de morrer e de sobrar e a desesperança no futuro atravessam suas trajetórias, o medo também mostrou-se fortalecendo algumas perspectivas autoritárias. Além disso, prejuízos na relação com o território vinculados às dificuldades de acesso a alguns serviços se manifestaram em muitos momentos em suas narrativas, a perda de pessoas próximas como parentes, amigos e/ou alunos como recorrentes nas suas vidas e as experiências juvenis atravessadas por violências institucionais.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação