QUEM DEVE VIVER? QUEM PODE MORRER?: ZÉ MARIA DO TOMÉ E AS POLÍTICAS DE MORTE NO PERÍMETRO IRRIGADO JAGUARIBE-APODÍ (1985 AOS DIAS ATUAIS)

Autores

  • Luciana Meire Gomes Reges
  • Kenia Sousa Rios

Resumo

José Maria Filho, Zé Maria do Tomé, como era popularmente conhecido, foi assassinado no dia 21 de abril de 2010, com vinte e cinco tiros de pistola (ponto 40), na mesma comunidade que carrega em seu nome, o Tomé, localizado em Limoeiro do Norte-CE. A morte de Zé Maria do Tomé ganha visibilidade nacional e internacional, bem como, sua luta contra a expansão do Agronegócio, e as tensões geradas nas vidas dos camponeses, que vivenciaram profundas e drásticas mudanças nas relações cotidianas com a natureza (expropriação e contaminação da terra, do lençol freático), com o mundo do trabalho (agricultor passa a ser trabalhador rural). Dessa forma, a trajetória do líder comunitário Zé Maria do Tomé, dar possibilidades de compreender a tensão estabelecida pelo projeto do Agronegócio, que usurpou as terras do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodí, e teve legitimação e patrocínio do Estado do Ceará, na construção de estradas e caminhos, reservatórios de água - o Castanhão, o Canal da Integração, que versa em relação ao projeto da agricultura familiar, que tem em seu cerne a sobrevivência constituída na resistência. Dessa forma, o Projeto Público de Irrigação Jaguaribe-Apodi que configurava enquanto política pública para subsidiar o camponês em um modelo de agricultura familiar, foi devastado com a união entre o Estado do Ceará e o grande empresariado no campo, que impeliram uma nova de ser e de produzir sentido ao homem do campo. Esse embate é entre Meio Ambiente X Capitalismo, é entre burguesia agrária X luta de classe camponesa

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação