A MODALIDADE DE ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 ESTÁ CONTRIBUINDO PARA O AUMENTO DO CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELOS ACADÊMICOS DE MEDICINA?

Resumo

Introdução: Ao longo da história, o consumo de álcool e demais drogas constituiu-se como uma prática cotidiana das populações, sendo uma atividade que possui certa aceitação social e alta prevalência, sobretudo entre as populações mais jovens, as quais veem o uso de álcool e drogas como uma válvula de escape para problemas vivenciados no dia a dia. Diante disso, em razão da adoção do modelo de ensino remoto durante o período de pandemia de COVID-19, muitos estudantes, em especial os acadêmicos de Medicina, objeto de estudo desta pesquisa, passaram a recorrer às drogas como forma de se sentirem aliviados da rotina extenuante e do elevado desgaste físico e psicológico (Machado, 2015). Objetivo: Verificar os padrões de consumo de álcool e demais drogas pelos acadêmicos de Medicina durante o período de ensino remoto adotado pelas universidades durante a pandemia imposta pela COVID-19. Metodologia: Foi elaborado e aplicado ao público alvo um questionário virtual (via Google Forms), baseado em escalas internacionais para rastreio e avaliação dos padrões de consumo de álcool e demais drogas. Resultados: No total, 60 alunos responderam ao questionário, mas devido aos critérios de elegibilidade, apenas 22 permaneceram no estudo. Dos participantes, 15 eram do sexo masculino e 7 do sexo feminino. A partir das informações coletadas pelas respostas dos estudantes elegíveis, percebeu-se que o consumo de álcool e demais drogas diminuiu entre os estudantes de medicina durante a pandemia, mesmo com um significativo aumento das sensações de cansaço, irritação e ansiedade provocadas pela metodologia de ensino remoto. Conclusão: Conclui-se que, mesmo diante de fatores que poderiam desencadear um maior consumo de álcool e drogas durante o isolamento social, como maior estresse e desgaste psicológico, houve uma redução do consumo, o que está associado à diminuição dos momentos de confraternização, como festas, justamente em razão das restrições sociais impostas pela pandemia.