AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO DO FUNGO BATRACHOCHYTRIUM DENDROBATIDIS POR BACTÉRIAS ISOLADAS DE NINHOS DE ESPUMA DE ANUROS

Resumen

O fungo Batrachochytrium dendrobatidis causa a quitridiomicose, doença altamente virulenta que resultou no declínio de centenas de espécies de anfíbios, muitas ao ponto de extinção. Em frente à essa ameaça, estratégias para conservação das espécies afetadas são essenciais. A microbiota associada à pele desses animais possui indivíduos capazes de inibir o crescimento do Bd, apresentando um papel protetivo para o anfíbio. Assim como a pele, os ninhos de espuma de anuros, estruturas nas quais os ovos de algumas espécies de anfíbios são depositados, sendo responsável por fornecer o primeiro contato do girino após eclosão do ovo com o meio externo, contêm uma microbiota associada, pouco conhecida em termos de função e composição. Assim, observa-se, nessas estruturas, potencial para isolamento de bactérias capazes de inibir o fungo. Desse modo, objetivou-se nesse trabalho a avaliação do potencial de inibição de isolados do ninho de espuma dos anuros Adenomera hylaedactyla, Leptodactylus vastus e Physalaemus cuvieri contra Batrachochytrium dendrobatidis e potencial hemolíticos dos isolados. Para tal, foram preparadas culturas em placas do Bd, contendo aproximadamente 105 zoósporos/mL, na qual foram inoculadas as cepas a serem avaliadas, seguidas de incubação a 21°C por 72 a 96 horas. Para avaliação da atividade hemolítica, 10 μL das culturas de cada isolado foram inoculados em meio ágar sangue de carneiro, e incubados a 35°C por 48h. Sete de doze bactérias do ninho de espuma de Adenomera hylaedactyla apresentaram atividade anti-Bd. Ainda, 63,83% das cepas testadas não exibiram atividade hemolítica, resultado desejado para o objetivo do trabalho. Dois isolados apresentaram atividade inibitória enquanto apresentaram ausência de atividade hemolítica. Dessa forma, os ninhos de espuma apresentam bactérias que podem ser utilizadas como probióticos no tratamento contra a quitridiomicose, sendo necessários mais estudos para comprovar tal argumento. Agradecimento: PIBIC e UFC.