CAPITAL SOCIAL E CAPITAL ECONÔMICO COMO RECURSOS NECESSÁRIOS À CRIAÇÃO DE CAPACIDADE ADAPTATIVA ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS DOS MUNICÍPIOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Resumo

Apesar do conjunto de estratégias implementadas no semiárido brasileiro durante as últimas décadas, a seca que assola a maior parte dos municípios da região, desde 2012, tem demonstrado a fraca capacidade adaptativa a qual é decorrente, em parte, das condições socioeconômicas existentes. O objetivo deste estudo é descrever a situação dos estabelecimentos agropecuários do semiárido quanto à disponibilidade de capital social e capital econômico. A área geográfica estudada foi o Semiárido Brasileiro (SAB). Os dados foram referentes aos estabelecimentos agropecuários e foram expressos na escala municipal, ou seja, a análise foi realizada com informações que caracterizam a situação dos estabelecimentos agropecuários nos 1262 municípios de SAB. Foram analisados indicadores representativos dos dois tipos de capital, extraídos do Censo Agropecuário 2017, publicados pelo IBGE. Os métodos de análise adotados envolveram técnicas de estatística descritiva. Os principais resultados mostraram que as principais carências de capital social nos estabelecimentos agropecuários dizem respeito à baixa assistência técnica, seguida de pouca participação da população em associações. Como condições favoráveis destacam-se a existência de energia elétrica e propriedade da terra. Quanto ao capital econômico as principais limitações para a criação de capacidade adaptativa são a escassez de atividades não agrícolas e equipamentos de produção. De um modo geral, os Indicadores de capital social e econômico nos estabelecimentos agropecuários se encontram em níveis baixos, o que é uma restrição à expansão da capacidade adaptativa no meio rural do semiárido.