GERMINAÇÃO DE CARPOSPOROS DE MACROALGAS VERMELHAS SOB CONDIÇÕES CONTROLADAS EM LABORATÓRIO: UMA REVISÃO

Resumen

As macroalgas marinhas vermelhas são organismos fotossintéticos relatados como importantes fontes de compostos utilizados como insumos em produtos industriais e farmacológicos. Em virtude disso, há uma demanda crescente por esses produtos e o cultivo sustentável de macroalgas tem sido incentivado no mundo para evitar a explotação de bancos naturais marinhos. A pandemia de COVID-19 impossibilitou muitas das atividades previstas no projeto inicial e portanto o presente trabalho objetivou avaliar as técnicas de fecundação de talos gametofíticos femininos de macroalgas vermelhas relatadas na literatura para propor uma metodologia otimizada para cultivar e propagar a macroalga Gracilaria birdiae sob condições controladas em laboratório. A macroalga vermelha mais estudada quanto à sua propagação em laboratório é a espécie Kappaphycus alvarezzi, originária das Filipinas e que vem sendo cultivada em águas brasileiras experimentalmente. A metodologia utilizada para propagação dessa espécie em laboratório envolve a obtenção de esporos e propagação vegetativa, bem como métodos químicos e físicos para induzir a liberação de carpósporos. Estresses osmóticos e luminosos são exemplos. Considerando as metodologias avaliadas para algas vermelhas, o gênero Gracilaria, abundante no litoral nordestino brasileiro, amplamente cultivado em países asiáticos por ser fonte de ágar e com grande capacidade de adaptação a condições adversas, apresentou características fisiológicas e morfológicas que facilitam a implementação das metodologias de propagação relatadas para K. alvarezzi. Portanto, a espécie G. birdiae se apresentou como forte candidata à propagação em laboratório por metodologias já propostas, com baixo risco e poucas modificações, principalmente em virtude das suas características morfológicas e fisiológicas.