GÊNEROS CINEMATOGRÁFICOS: NARRATIVA, DRAMATURGIA, ESTÉTICA E HIBRIDISMO NA CONTEMPORANEIDADE

Resumo

O horror e o western fazem parte dos gêneros fundadores do cinema, ambos com filmes inaugurais lançados nos primeiros anos dessa arte: os pioneiros curtas A Mansão do Diabo (George Meliès, 1896) e O Grande Roubo do Trem (Edwin S. Porter, 1903), respectivamente. Desde essas instalações iniciais até hoje, os dois gêneros continuam se perpetuando pela indústria cinematográfica e no fazer cinema. Inicialmente, e observando de forma superficial, não é possível estabelecer uma relação de proximidade entre eles, visto que diferem em quase todas as especificidades que os determinam, assim como no nível de popularidade e alcance global de cada um, além das diferenças narrativas, conceituais e até ideológicas de cada gênero. Todavia, certos nuances aproximam ambos e gêneros e a partir da experimentação e necessidade mercadológica, o hibridismo entre eles foi criando e dando forma a um verdadeiro novo gênero: o "Western Horror". Utilizando e arguindo sobre esses tensionamentos, essa pesquisa tem a tarefa de mostrar a interseção dos dois gêneros, inicialmente se aprofundando em ambos separadamente, mostrando suas origens, seus próprios caminhos, para assim traçar o elo entre eles, analisando se existem influências diretas na produção contemporânea dos ciclos de cada gênero através de um estudo de linha do tempo de transformação do western e do horror, além de utilizar esse olhar temporal para visualizar a evolução em quantidade e em coesão das produções que apresentam essa junção, bem como uma análise fílmica das obras individualmente, tanto de fatores narrativos e fílmicos como de valores de produção, apresentando suas semelhanças (principalmente no quesito orçamentário e no viés de Filme B) e como ambos gêneros são trabalhados nos filmes em questão para assim chegarmos na síntese do que é “Western Horror”.