O EXERCÍCIO DA LIBERDADE HUMANA NA SOCIEDADE INDUSTRIAL AVANÇADA

Resumo

A sociedade contemporânea apresenta uma contradição: apesar do avanço tecnológico e intelectual a luta pela sobrevivência permanece como base das ações humanas e a dominação do homem pelo homem é exercida por meio de diversas formas de poder. A razão instrumental, que marca a racionalidade desta sociedade, torna-se irracional, no sentido de que inibe o pleno desenvolvimento das potencialidades do homem e compromete a sua liberdade. Partindo dessas ponderações, este trabalho tem por objetivo apresentar algumas contribuições da perspectiva marcuseana para a investigação sobre os problemas da liberdade humana na sociedade industrial avançada. Trata-se de uma pesquisa teórica, realizada a partir da leitura de parte da obra O Fim da Utopia, do filósofo Herbert Marcuse. O autor aponta a redefinição das necessidades do homem como peça importante para uma transformação qualitativa na sociedade, alternativa histórica possível na medida em que a utilização dos recursos para a satisfação das necessidades vitais do homem ocorra sem que haja exploração da sua força de trabalho, de forma que ele tenha tempo livre para o exercício de sua liberdade. Se toda a atividade humana estiver aplicada na manutenção de sua própria subsistência não há possibilidade de exercício da liberdade e autodeterminação humana. Pode-se concluir, ainda que parcialmente, que a perspectiva marcuseana propõe uma redefinição da organização social de forma que a produção e satisfação das necessidades do homem seja definida por uma razão não instrumental, a fim de possibilitar o efetivo exercício da liberdade humana. Este trabalho faz parte das ações do projeto PIBIC intitulado O princípio de realidade da modernidade: da razão filosófica à razão científica, que encontra-se em sua quinta fase. Registramos ainda o agradecimento ao CNPq, órgão financiador da bolsa de pesquisa.