OS USOS LITORÂNEOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA: MAPEAMENTO E REFLEXÕES SOBRE A URBANIZAÇÃO TURÍSTICA

Resumo

A urbanização na área litorânea da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) baseia-se em práticas sociais, econômicas, políticas e culturais, e repercute no espaço litorâneo. Entre essas práticas, destaca-se a atividade turística, que surge como alternativa econômica baseada nos elementos naturais da região, sobretudo na paisagem litorânea e no clima tropical. O objetivo do trabalho é estudar as manifestações da atividade turística no litoral da RMF, bem como seus impactos socioespaciais. Para isso, além da revisão bibliográfica referente ao turismo e à urbanização do litoral, foi feito o exame de imagens de satélite e realizado o mapeamento dos usos do solo em todo o litoral da RMF, a partir de softwares e bases de dados específicos, tendo como foco principal a urbanização turística. Como procedimento metodológico, os usos do solo foram elencados em oito categorias: floresta, mangue, agropecuária, formação natural, praia e duna, área urbana, área não vegetada e corpo d’água. Em seguida, foram elaborados mapas temáticos para representar a evolução do território, e os dados referentes às áreas de cobertura do solo foram quantificados em planilhas. Foram também preparados mapas específicos da área urbana das cidades litorâneas, para enfatizar a evolução da urbanização em três períodos distintos: 2000, 2010 e 2019. Como resultado da análise, nota-se a tendência de crescimento urbano em direção às áreas litorâneas valorizadas pela atividade turística, com características excludentes, ocasionando mudanças que geram impactos ambientais e socioespaciais, como a apropriação da faixa de praia e a expulsão da população nativa. Os impactos e conflitos percebidos reforçam a importância do estudo dos usos litorâneos para melhor compreender os processos urbanos e promover um planejamento mais eficaz e consciente, abrangendo questões socioespaciais, ambientais e econômicas. Por fim, são destinados os agradecimentos à UFC e à rede de pesquisa CILITUR (Cidades Litorâneas e Turismo).