AS POSSIBILIDADES COM O OBJETO NA CLÍNICA DOS AUTISMOS

Autores

  • Ricardo Pinheiro Maia JÚnior
  • Caciana Linhares Pereira

Resumo

O quadro clínico nomeado pela entidade psicopatológica por Transtorno do Espectro Autista - TEA - pode ser caracterizado de forma geral pelos impasses na socialização e no uso da linguagem desde a infância. Geralmente, as crianças diagnosticadas com TEA apresentam-se “fechadas em si mesmas” e, por vezes, demasiadamente focadas em um objeto de sua escolha. Entretanto, numa leitura psicanalítica, destacam-se o caráter singular e subjetivo de cada criança e, assim, o pensamento de uma prática clínica do caso a caso sendo imprescindível não tomar o TEA como um valor universal, reconhecendo que cada quadro autístico deve ser compreendido a partir da sua própria lógica, por isso a predileção pelo uso aqui de “autismos” no plural. A partir dessa especificidade, o presente trabalho discute a noção de objeto autístico pensada pelo viés psicanalítico num recorte teórico de orientação lacaniana. Nesta discussão, distancia-se do caráter de nocividade do objeto autístico proposto inicialmente por Frances Tustin e elenca-se algumas possibilidades para se pensar o manejo clínico do objeto escolhido pela criança autista: um objeto de mediação da realidade, um duplo e, também, uma “carapaça” defensiva. Tais perspectivas podem ser tensionadas na diferenciação entre objeto autístico e objeto transicional. O fundamento da discussão é embasado a partir do levantamento bibliográfico dos seguintes autores do campo psicanalítico: Vivès, Maleval e Laurent. A partir, então, desse recorte, o debate entre os autores resulta naquilo que pode ser pensado como o olhar atento do psicanalista sobre aquilo apresentado pelo próprio interesse da criança e como isto torna-se um ponto de contato possível na relação transferencial que mediatiza um tratamento.

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Publicado

2021-01-01

Como Citar

Pinheiro Maia JÚnior, R., & Linhares Pereira, C. (2021). AS POSSIBILIDADES COM O OBJETO NA CLÍNICA DOS AUTISMOS. Encontros Universitários Da UFC, 6(3), 1990. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/75113

Edição

Seção

XIV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação