ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DA PROMETAZINA E INTERAÇÃO COM ANTIFÚNGICOS SOBRE CEPAS PLANCTÔNICAS DE TRICHOSPORON SPP.

Resumo

Infecções fúngicas invasivas são um problema de saúde pública, acometendo, principalmente, pacientes imunocomprometidos. Nesse cenário, destaca-se o gênero Trichosporon sp., o qual é responsável por infecções sistêmicas em pacientes portadores de doenças hematológicas malignas e apresenta tolerância a antifúngicos. Nesse contexto, novas opções terapêuticas precisam ser estudadas a fim de auxiliar no tratamento da tricosporonose invasiva. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, in vitro, a atividade antifúngica da prometazina (PMZ), um antagonista de receptores H1 com propriedades de inibição de bombas de efluxo, sobre o crescimento planctônico de cepas clínicas de Trichosporon spp., bem como sua interação com antifúngicos. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) da PMZ (0,5-256 µg/ml) foi avaliada sobre cepas de T. asahii (n=5) e T. inkin (n=7) conforme a metodologia de microdiluição em caldo descrita pelo CLSI. Anfotericina B (AMB) e fluconazol (FLC) foram incluídos no teste, em concentrações de 0,0315-16 µg/ml e 0,0625-64 µg/ml, respectivamente. C. parapsilosis ATCC 22019 foi utilizada como controle do teste. A interação entre a PMZ (CIM/8) e AMB, bem como entre PMZ (CIM/8) e FLC foi feita pela técnica do tabuleiro de xadrez. Os resultados mostraram uma inibição de 100% de crescimento fúngico em concentrações variando de 32-256 µg/ml para PMZ, de 0,25 a 1 µg/ml para AMB. A inibição de 50% de crescimento fúngico deu-se com PMZ em concentrações que variaram de 8 a 64 µg/ml e FLC em concentrações que variaram de 1-4 µg/ml. PMZ reduziu a CIM em 4x para AMB e em 8x para FLZ, melhorando a atividade desses antifúngicos. Dessa forma, conclui-se que a PMZ apresenta atividade antifúngica in vitro sobre cepas clínicas de Trichosporon spp., e estudos complementares devem avaliar o seu potencial terapêutico no tratamento da tricosporonose invasiva.