ATUAÇÃO DOCENTE E CONFIGURAÇÃO DA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO ENTRE REFORMAS

Resumo

No início dos anos 90 do século passado, a quase universalização do ensino fundamental foi uma das principais conquistas sociais do Brasil. A partir daí, foi se intensificando a busca pela significação, qualidade e crescimento das matrículas do ensino médio, transformado, pela LDB (1996), em última etapa da educação básica. Várias políticas foram anunciadas apontando que a educação secundária tomaria novos rumos, seria revolucionada e faria parte da vida de jovens e adolescentes. Empréstimos externos foram contraídos, escolas reestruturadas e muitos encontros realizados para discutir os rumos a serem tomados. Ao entender que os docentes são atores categóricos na história das reformas educacionais para o ensino médio, intentamos compreender, de maneira histórica e contextual, como vai se constituindo a escola de ensino médio. Nesse sentido, tentamos compreender os processos de constituição das reformas educacionais para o ensino médio, analisando suas dinâmicas, interrupções, continuidades e rupturas, percebendo os processos de apropriação e de resistência dos docentes diante de tantas reformas. Para realizar esse estudo, foi preciso combinar intervenções de pesquisa que possibilitou entender o contexto escolar, a atuação de docentes e de gestores, bem como acompanhar as intervenções oficiais das reformas do ensino médio. Desse modo, foi necessário somar análise documental (leis, pareceres, normas, diretrizes curriculares, notas de apoio e de repúdio etc.), revisão bibliográfica (teses, dissertações, artigos científicos) com reflexões sobre os depoimentos de docentes e de gestores escolares. Como resultado preliminar, o estudo revelou que a atuação ativa do docente no contexto escolar não somente em sala de aula, mas também na elaboração, planejamento, avaliação e participação das políticas educacionais contribui significativamente para a escola de ensino médio de qualidade, inclusiva e potencializadora de transformação social.