CORPO SEM ÓRGÃOS E ESQUIZOANÁLISE EM DELEUZE E GUATTARI

Resumo

Os filósofos franceses Gilles Deleuze (1925-1995) e Félix Guattari (1930-1992) criam os conceitos de “corpo sem órgãos” e “esquizoanálise” para pensar uma análise política do desejo. Para eles, o corpo sem órgãos é uma maneira de desejar que produz três tipos de desejo: a) o desejo de alegria; b) o desejo de morte; e c) o desejo de estrato. Diante disso, pergunta-se: Como distinguir os três tipos de desejo? Qual critério seria válido para essa diferenciação? Para responder esse problema, Deleuze e Guattari criam a esquizoanálise como uma análise do desejo. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é investigar os conceitos de “corpo sem órgãos” e “esquizoanálise”, de Deleuze e Guattari, e traçar as suas relações com o desejo. Para isso, por meio da metodologia de estudo crítico do texto filosófico, realiza-se uma investigação do platô 6 “Como criar para si um Corpo sem Órgãos?”, do livro “Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia 2” (1980), de Deleuze e Guattari. Desse modo, obtém-se os seguintes resultados: 1) Existe uma oposição entre o corpo sem órgãos e os estratos; 2) Pontua-se a existência de três tipos de estratos: 2.1) o organismo do corpo, 2.2) a significância da mente e 2.3) a subjetivação da imanência; 3) Existe uma diferença entre 3.1) a desestratificação prudente, 3.2) a desestratificação imprudente e 3.3) a desestratificação reestratificante; 4) Pontua-se os três tipos de corpo sem órgãos (CsO): 4.1) o CsO pleno do revolucionário, 4.2) o CsO vazio do suicida e 4.3) o CsO canceroso do fascista; e, então, 5) Encontra-se o problema dos três corpos, e a proposta da esquizoanálise como intervenção. Por fim, conclui-se que os conceitos de “corpo sem órgãos” e “esquizoanálise”, de Deleuze e Guattari, foram criados para analisar o desejo. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.