EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA: O ENSINO DE FILOSOFIA NO CONTEXTO DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO

Resumo

A pesquisa objetiva um estudo crítico acerca do ensino de Filosofia no contexto da Educação Básica. Para tanto articularemos quatro eixos fundamentais: 1) A Educação como uma relevante categoria no processo de constituição do ser social; 2) A contribuição específica da Filosofia na esfera escolar; 3) A Reforma do Ensino Médio e a flexibilização da obrigatoriedade do ensino de Filosofia, e; 4) As consequências da implementação do itinerário formativo no âmbito de formação do ser social. Para subsidiar tal incursão tomaremos como pressupostos as formulações de Marx, Lukács e outros, compreendendo que elas são um significativo pressuposto para um exame crítico sobre a Educação como um complexo social articulado com as categorias trabalho e reprodução social. Nesse sentido, refletiremos sobre os desdobramentos do ensino de Filosofia no contexto escolar, e em que medida ele contribui para a formação de uma atitude filosófica dos educandos. Sem desconsiderar os limites impostos por um cenário social mais amplo, nossa reflexão centrar-se-á sob as potencialidades desta disciplina no processo de formação humana e desenvolvimento integral dos indivíduos. Em nossas investigações parciais podemos concluir que a Reforma do Ensino Médio distancia-se dessa formação humana omnilateral, assim como a consequente flexibilização do ensino de Filosofia anuncia um tipo de Educação limitada, trazendo como consequência um processo formativo parcial, dirigido, cada vez mais, a uma qualificação profissional tecnicista. O impasse que se apresenta, portanto, é aquele que remete ao papel da escola enquanto locus privilegiado de formação humana. Sendo assim, cabe questionarmos acerca da função daquilo que se denominou de “itinerário formativo” e em que medida tal política educacional contribui para a fragmentação dos saberes e para um ensino cada vez mais restrito, funcional e utilitário que bloqueia uma efetiva formação humana.