GEOGRAFIA CULTURAL DO FEMININO: PAISAGENS PATRIMONIAIS NA AMÉRICA LATINA

Resumo

O olhar para uma Geografia Cultural do Feminino revela as tecnologias do imaginário, do inconsciente, seus símbolos, signos e significados (SILVA, 2020; JUNG, 2003, NEUMANN, 1999). Abordar esses elementos ajudam a compreender essas representações simbólicas nos estudos culturais que exploram as ritualizações, o cotidiano, e suas diferentes faces. Assim, a pesquisa fomenta um movimento onde o fio condutor é o feminino, pensado em suas múltiplas formas, buscando vislumbrar práticas culturais atreladas aos rituais religiosos, artísticos e festivos. Pensar as festividades como promotoras de símbolos culturais corrobora na compreensão do imaginário simbólico das manifestações culturais. Ademais, a formação colonial patriarcal imposta a América Latina representou para as mulheres uma repressão sob seus corpos a partir do silenciamento e subalternidade, reforçando a relação simbólica das mulheres com a casa, a natureza, a maternidade (ANTEVILO, 2015), campos que precisam ser desconstruídos e repensados sob novas perspectivas. A pesquisa está ancorada em três campos: 1 - As representações do feminino na paisagem festiva da América Latina, 2 - Representações marianas e o imaginário simbólico da saúde a partir de uma paisagem turístico-terapêutica, e 3 - Representações festivas e práticas rituais das mulheres negras do Pacífico colombiano. Tal sistematização foi realizada por levantamento bibliográfico e documental e trabalhos de campo, que resultaram na construção da obra publicada “Sacralidade e simbolismo feminino no espaço latino-americano”, da Editora CRV. No mesmo caminho, buscando agregar pesquisadores para o Observatório de Paisagens Patrimoniais & Artes Latino americanas - Rede Oppala, da qual participamos, foi organizado uma coletânea de textos, a partir do edital “A Geografia Cultural do Feminino: enfoques e perspectivas”, da Arco Editores. As duas publicações resultam do apoio institucional do PPG Geo UFC e do apoio financeiro da Capes, a qual agradecemos.