O CARÁTER COSMOPOLITA DA POESIA CONCRETA BRASILEIRA
Resumo
Em seu ensaio “Literatura e Cultura de 1900 a 1945”, presente no livro Literatura e Sociedade ([1965] 2006), o crítico Antonio Candido menciona a significativa presença da dialética do localismo e do cosmopolitismo na evolução da nossa vida espiritual, ou seja, evolução do pensamento artístico e literário, manifestada dos mais diversos modos. Com isso, o presente trabalho tem por objetivo apresentar, em linhas gerais, as marcas do cosmopolitismo na poesia concreta brasileira, isto é, a ideia de algo que extrapola o “local” para abranger o “mundo”, representada por meio de uma poesia neovanguardista dos anos 1950 e 1960. Esta teve como seus precursores os poetas Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos e foi lançada oficialmente em 1956 durante a I Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada no MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo. A hipótese que norteará o trabalho é a de que o cosmopolitismo pode ser identificado tanto na forma, quanto no conteúdo, como ainda na divulgação da poesia concreta. Como base teórica, além de Antonio Candido, nos ancoramos em alguns estudos como Poesia Concreta (1982), de Iumna Simon; e “Poesia concreta: por dentro e por fora”, de Antônio Risério, publicado na revista Vozes (1977). Assim, foi possível concluir que, de fato, a poesia concreta apresenta um forte viés cosmopolita em sua constituição, pois caracterizou-se por sua forma estruturalista e geométrica, baseada em um paideuma internacional; desenvolveu um conteúdo despreocupado com as questões locais e realizou uma divulgação que visava principalmente alcançar o exterior, exportando as ideias concretistas para fora do país.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Como Citar
Janaina Freitas Damasceno, K., & Barros Cunha, R. (2021). O CARÁTER COSMOPOLITA DA POESIA CONCRETA BRASILEIRA. Encontros Universitários Da UFC, 6(3), 2236. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/75359
Edição
Seção
XIV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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