O SER HUMANO E SEUS SÍMBOLOS: INTERFACE ENTRE LINGUÍSTICA E IMAGINAÇÃO.

Resumo

Considerando a ideia apresentada por Bertrán (2007), de que culturemas são como símbolos extralinguísticos culturalmente motivados e são a base para as diferentes línguas gerarem novas unidades fraseológicas, e a definição de Luque Durán (2009), que considera culturemas como recursos semióticos também com motivações culturais, partiremos da hipótese de que a imaginação reflete na cultura de uma língua, e esta, influencia diretamente na formação de culturemas e unidades fraseológicas, e a partir disso, este trabalho será norteado a explicar os significados e motivações das unidades fraseológicas equivalentes nas línguas portuguesa e espanhola. Neste sentido, este trabalho se apresenta com caráter interdisciplinar aproximando dois campos teóricos: a fraseologia e a teoria do imaginário, muito embora esses dois conceitos jamais foram de fato integrados. Para tanto, recorreremos a vários autores de campos de conhecimentos distintos, como psicanálise, antropologia, hermenêutica e estudos da religião, que trazem contribuições sob os nomes de Gaston Bachelard, Sigmund Freud, Gilbert Durand, Michel Maffesoli, Jacques Lacan, Cornelius, Castoriadis, Paul Ricoeur e Henri Corbin, dentre outros. Nos centraremos na teoria de trajeto antropológico do ser humano com Durand (2002), que parte do conceito de arquétipo como definido no pensamento junguiano (1978): imagens primordiais, universais e atemporais. Nossa pesquisa tem caráter descritivo-analítico e adota uma abordagem qualitativa, uma vez que pretendemos investigar as relações entre culturemas com um outro modelo já proposto de produção simbólica. Nos deteremos a analisar os culturemas de motivação arquetípica com características ascensionais, espetaculares e diairéticos. Espera-se, com essa pesquisa, a comprovação de que alguns culturemas podem ser motivados por arquétipos que ultrapassam a experiência cultural.