OS CONTORNOS DO SOFRIMENTO PELAS POLÍTICAS DOS DIAGNÓSTICOS: A PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA

Resumo

O presente estudo pretende problematizar os contornos e as produções do sofrimento psíquico contemporâneo enquanto uma experiência social administrada pelos sistemas sociais e econômicos capitalistas que prescindem da minimização ético-política do Outro, que chamamos de políticas de subalternidades. Para além da semântica do sofrimento psíquico, discutimos as psicopatologias e/ou transtornos mentais como políticas de identidades, materializadas nas estratégias de garantia e/ou privação de direitos, nas formas de reconhecimento que pervertem a construção de projetos de vida emancipatórios. Trata-se dos estudos de uma pesquisa de doutorado do programa de pós-graduação em psicologia da Universidade Federal do Ceará, vinculada a linha de pesquisa Sujeito e Cultura na Sociedade Contemporânea. Ao partimos do referencial teórico-metodológico da Psicologia Social Critica e da Teoria Crítica da Sociedade: por um lado, problematizamos como as identidades-metamorfoses dos sujeitos podem evidenciar a patologização de projetos de vida em função das intervenções sistêmicas do capitalismo contemporâneo; por outro apresentamos uma crítica da racionalidade instrumental enquanto condição psicossocial de sociabilidade e significações do adoecimento contemporâneo. Assim, discutiremos a incidência da produção das subAlteridades, implicando a minimização das condições de emancipação humana na medida que perpetua-se formas de manutenção do adoecimento dentro das tecnologias de cuidado/cura, como terapias motivacionais, medicamentos e consumo.