Alterações do comprimento real do conduto durante o preparo mecanizado em função de diferentes sistemas de instrumentação.

Abstract

A maior finalidade do tratamento endodôntico é promover a limpeza e modelagem dos canais radiculares, mas para isso é necessário uma série de procedimentos que podem acarretar em alterações estruturais significativas da anatomia dental, principalmente quando se diz respeito ao comprimento real dos condutos (CRC). Esse estudo tem como objetivo analisar quais alterações que podem ocorrer no CRC durante o tratamento endodôntico utilizando instrumentação mecânica com diferentes magnitudes de alargamento. Após o acesso coronário, 60 canais mesiais de molares inferiores foram randomicamente divididos em 3 grupos experimentais de acordo com o sistema a ser utilizado: Hyflex EDM (HF; #25/.12, #10/.05 e #25/~), Reciproc Blue (RB; R25) e Mtwo (M2; #10/.04, #15/.05, #20/.06 e #25/.06). Empregou-se o CRC como limite apical e a solução irrigadora de escolha foi hipoclorito de sódio a 2,5%. Foram realizadas medições do comprimento real do conduto em 3 momentos do preparo: imediatamente após o acesso (CRC1), após o preparo cervical (CRC2) e tão logo concluído o preparo (CRC3). Um examinador cego avaliou o CRC com o auxílio de um microscópio (16x) posicionando a lima endodôntica na referência coronariana. Considerou-se como variação a diferença entre os CRCs determinados (CRC1 - CRC2), (CRC2 - CRC3) e (CRC1 - CRC3) de forma a representar a diferença entre cada etapa do preparo mecânico. Os sistemas mecanizados utilizados proporcionaram redução dos CRCs na ordem de 0,65 mm (HF), 0,61 mm (RB) e 0,48 mm (M2); não foram identificadas diferenças significantes entre os grupos (P > 0,05). Portanto, pode-se afirmar que, independente do sistema empregado e dos diferentes padrões de alargamento cervical, todos proporcionaram redução do CRC durante as fases do preparo e isso revela a importância da checagem frequente da odontometria antes da etapa de obturação do sistema de canais.