ANÁLISE TEÓRICA SOBRE A POBREZA SUBJETIVA

Abstract

A pobreza subjetiva, é delimitada usualmente como a autopercepção dos sujeitos sobre suas próprias condições de vida. Ademais, é uma das possibilidades de mensuração da pobreza, enquanto construto psicossocial. Entretanto, alguns problemas em relação a conceituação e a medida desse construto tem sido identificados, tais como: pessoas em situação de pobreza objetiva podem não se identificar como pobres, pelos estigmas relacionados a pobreza e por medo de perder algum provável benefício; os efeitos da comparação social nos diferentes grupos; e a própria autodeclaração, que implica o que cada sujeito considera pobreza. Ademais, há de se considerar que os estudos têm propostos duas vertentes para análise da pobreza subjetiva, uma que a considera esta uma linha da pobreza e outra que a considera uma dimensão. Isso, implica em possibilidades de análises distintas. Assim, esta análise teórica chega à conclusão que ampliar o conceito do construto, e assim, seus aspectos operacionais e definidores, pode ser uma chave analítica para os problemas de medida apontados. Assim, propôs-se um conceito de pobreza subjetiva como sendo: a autopercepção da pobreza onde cada indivíduo pode se autodenominar-se pobre se sentir/perceber que não tem o suficiente para satisfazer as suas necessidades, a partir das posições que ocupam no sistema de desigualdades sociais, mesmo que não se esteja objetivamente abaixo da linha da pobreza. Neste sentido, a referência é o próprio sujeito a partir de seu lugar social, assim, deve se considerar na mensuração diferentes domínios da vida deste, que inclui aspectos de opressão e enfrentamento às condições de pobreza. Assim, ela seria um construto multidimensional, composto das seguintes categorias: causas da pobreza, processos de opressão, autopercepção da pobreza, buen vivir, apoio social e socioeconômica. Agradecimentos à agência de fomento CAPES, pelo auxílio com a bolsa de doutorado, que é essencial para execução dessa pesquisa.