AS ESCRITAS AUTOBIOGRÁFICAS SOBRE DITADURA E AUTORITARISMO NA “TRANSIÇÃO CONCILIADA”, “REDEMOCRATIZAÇÃO” E “NOVA REPÚBLICA” BRASILEIRA: AS TENSÕES E RUPTURAS ENTRE O “PACTO AUTOBIOGRÁFICO” E O “ÍCONE DE VERDADE”.

Autores

  • Caio Brito Barreira
  • Ana Rita Fonteles Duarte

Resumo

O tema geral da presente comunicação é investigar uma alteração nas relações entre o testemunho como “ícone de verdade” (segundo Beatriz Sarlo) e o "pacto autobiográfico” (segundo Philippe Lejeune) com relação as narrativas feitas no Brasil sobre ditaduras militares autoritárias na América Latina na segunda metade do século XX. Para isso, teremos como objeto de estudo narrativas autobiográficas produzidas entre 1980 e 2014 que trabalham a ditadura militar do Brasil (1964–1985) e a ditadura militar do Uruguai (1973– 1985), são elas: Batismo de Sangue, Os Carbonários e A Noite Anterior. A pesquisa também está aberta a outras obras literárias, desde que sejam produções brasileiras, autobiográficas e dentro do recorte temporal. Entretanto, é pertinente lembrar o caráter lacunar da disciplina histórica: toda pesquisa histórica é um recorte e jamais pode se arrogar como capaz de realizar um "retrato completo" do passado. Desse modo proponho-me a problematizar e historicizar o testemunho autobiográfico sobre as ditaduras latino-americanas como pertencente a um local de "confiança" na sociedade brasileira nas produções feitas durante os processos de redemocratização, e a mudança desse local a partir do início da primeira década do século XXI, já em uma sociedade democrática. Para isso, iremos utilizar as primeiras edições das obras dos anos 1980 já citadas, bem como suas reedições de Os Carbonários em 1980, 1994, 2007 e 2014; de Batismo de Sangue em 1982, 1983, 1987, 2006; também utilizaremos a primeira edição e o manuscrito original de uma obra escrita em 2010, A Noite Anterior.

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Publicado

2022-01-01

Edição

Seção

XV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação