CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

Resumo

O presente trabalho apresenta os resultados de uma Revisão Sistemática de Literatura (RSL) sobre o conceito de convergência midiática, amplamente discutido no âmbito da Comunicação desde os anos 1980 por autores como Pool (1983), Negroponte (1995), Salaverría e Negredo (2008) e Jenkins (2009). Analisou-se como o conceito vem sendo pesquisado e definido pela comunidade acadêmica, dentro das fronteiras da Comunicação, nos últimos seis anos (2016-2021). Duas bases de indexação foram escolhidas para a realização da busca: Web of Science e Directory of Open Access Journals (DOAJ). Mediante o desenvolvimento de um livro de códigos, 22 trabalhos foram selecionados e analisados em relação a informações sobre a) ano de publicação; b) procedimento metodológico adotado; c) tipo de objeto pesquisado; d) autores citados na fundamentação teórica. Os dados foram avaliados a partir de uma codificação dupla e submetida a um teste de confiabilidade. Dentre os principais resultados, identificou-se que o autor Henry Jenkins (2009) foi o mais citado pelos artigos e que a dimensão profissional da convergência midiática recebeu maior enfoque por parte dos estudos coletados. Acerca dos formatos, o radiojornalismo e o jornalismo impresso apareceram como cenários onde a convergência é analisada com maior recorrência pelos trabalhos e, ademais, os anos de 2020 e 2021 registraram tendência de queda na quantidade de publicações sobre o conceito, quando comparada a 2017 e 2018. A hipótese é de que essa redução pode ser explicada pela emergência de outro fenômeno, que vem sendo definido pela academia como “plataformização” (POELL; NIEBORG; VAN DIJCK, 2020). O trabalho discute as implicações desses indícios para pesquisas futuras, evidenciando os ganhos que esta revisão oferece para identificar lacunas e tendências nos estudos sobre o fenômeno da convergência midiática na atualidade.