SOBRE RACISMO E PODER EM ACHILLE MBEMBE

Autores

  • Elielvir Marinho do Nascimento
  • Adauto Lopes da Silva Filho

Resumo

O presente trabalho, passos iniciais de pesquisa do Doutorado em Filosofia, objetiva discutir o fenômeno do racismo enquanto uma tecnologia política, ou seja, uma tecnologia de exercício do poder. Tem como aporte teórico a obra Crítica da Razão Negra do pensador camaronês Achille Mbembe, no intuito de evidenciar as complexas relações entre racismo, capitalismo e exercício do poder nas sociedades contemporâneas. Partimos da hipótese desenvolvida por Mbembe, na referida obra, segundo a qual o processo de produção do negro enquanto sujeito racializado foi o elemento sine qua non para o desenvolvimento da modernidade e do capitalismo. No que se refere a este último, o filósofo considera que a gênese do sujeito racial está ligada à história do capitalismo, pois, este sempre precisou de subsídios raciais para explorar os recursos do planeta. Nesse contexto, questiona-se: em que medida a obra de Mbembe nos ajuda a compreender o funcionamento do racismo nas sociedades contemporâneas? Por meio da análise imanente da supracitada obra de Mbembe, e de intérpretes do seu pensamento, bem como de outros autores com quem o filósofo camaronês dialoga, buscaremos elaborar uma genealogia decolonial do racismo. Trata-se, grosso modo, de um empreendimento metodológico que visa: 1. traçar as linhas gerais da correlação de poderes que tornou possível a emergência do racismo moderno; 2. discutir suas mutações e continuidades no mundo contemporâneo a partir do conceito mbembiano de devir-negro do mundo (devenir-nègre du monde); e 3. refletir sobre as condições necessárias para a sua superação. Desse modo, portanto, espera-se aprofundar a discussão acerca do caráter estrutural do racismo nas sociedades contemporâneas. Este estudo faz parte do grupo de pesquisa Teoria Crítica, Filosofia e Educação.

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Publicado

2022-01-01

Edição

Seção

XV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação