ABRAM AS CORTINAS: O AMOR EM CARLOS CÂMARA!

Authors

  • Camila Imaculada Silveira Lima
  • Antonio Gilberto Ramos Nogueira

Abstract

Em 1918, Carlos Câmara iniciou sua trajetória como dramaturgo, que perdurou até o ano de seu falecimento em 1939. Suas peças trouxeram as contradições e ambiguidades de um sujeito inserido em uma sociedade em transformação. Eram novos espaços de sociabilidade, que segregavam como, por exemplo, o Theatro José de Alencar. Surgiram também inovações técnicas, que traziam o bonde elétrico, automóvel e o cinema e outras práticas foram incorporadas ao cotidiano. Assim, novas sensibilidades foram sendo construídas e sentidas e o amor entrou em cena nos poemas, nas músicas, nos romances e nas peças do referido teatrólogo. Tem-se, portanto, o objetivo de analisar como o amor foi representado na literatura dramática produzida por Carlos Câmara, percebendo as diferenças entre gênero e classe. O dramaturgo cearense escreveu dez peças, na verdade, burletas, dramaturgia ligeira e caracterizada pela comicidade: A bailarina (1919); O Casamento de Peraldiana (1919); Zé Fidelis (1920); O Calu (1920); Alvorada (1921); Os piratas (1923); Pecados da Mocidade (1926); O paraíso (1929); Os coriscos (1931) e Alma de artista (1939). No entanto, o mesmo via no teatro um espaço para moralizar os costumes, assim o elemento do humor era utilizado como forma de repreender um comportamento considerado inadequado. Era a educação moral cristã e conservadora pelo teatro e nesse processo, as emoções deveriam ser controladas. O amor, portanto, tornava-se alvo de disputa entre o “impróprio” e o “aceitável” e gerava as ações dramáticas. Neste sentido, Renata Pallottini nos ajuda a compreender a forma da dramaticidade nas burletas de Carlos Câmara. Além disso, destaca-se que a apreciação é dos textos escritos e não dos textos encenados que trazem outros elementos como, por exemplo, a performance como destaca Patrice Pavis. Enfim, para os debates teóricos acerca do amor, propõe-se trazer para cena Cleiciane Nobre que problematiza o conceito de amor e relações amorosas na Fortaleza do início do século XX.

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Published

2021-01-01

Issue

Section

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação