“UM DIA A MINHA LIBERDADE CANTA”: ATRAVESSAMENTOS DA VIOLÊNCIA URBANA NAS TRAJETÓRIAS DE VIDA DE ADOLESCENTES A QUEM SE ATRIBUI A PECHA DE ENVOLVIDA

Authors

  • Larissa Ferreira Nunes
  • Carla Jéssica de Araújo Gomes
  • Gabriella Celestino Lemos Furtado Gondim
  • Antônio Gabriel Miranda da Silva
  • Laisa Forte Cavalcante
  • Joao Paulo Pereira Barros

Abstract

Esta pesquisa tem como campo de problematização o aumento de adolescentes e jovens mulheres assassinadas e privadas de liberdade na dinâmica da violência urbana no Ceará, por isso têm-se como objetivo relatar os atravessamentos dessa violência em trajetórias de adolescentes a quem se atribuiu o enquadramento de envolvida. Ressaltamos que essa pesquisa está ligada ao Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação da Universidade Federal do Ceará (VIESES-UFC). Utilizamo-nos autores(as) da psicologia social em sua análise sobre adolescência/juventude e violência urbana, além de pensadores(as) pós-estruturalistas, críticos a colonialidade e feministas. Trata-se de uma pesquisa-inter(in)venção à luz da cartografia com adolescentes que se encontravam em cumprimento de medida socioeducativa em meio fechado. Foram feitos diários de campo das visitas na instituição, entrevistas narrativas com 10 adolescentes, ambas analisadas a partir do método da cartografia. Como resultado, foi possível perceber que essas adolescentes foram constituídas sob o signo da desigualdade, marcadas por questões raciais, sociais, de gênero e também pelo território geográfico em que vivem. Essas opressões interseccionadas contribuíram para a inserção das adolescentes ao tráfico de drogas como estratégia de sobrevivência ou como inserção social, econômica e por busca de reconhecimento. Além disso, os jogos de forças que constituem essa realidade justificam-se na guerra às drogas como dispositivo político de manutenção do encarceramento em massa, do aumento de homicídios e de torturas gravadas e divulgadas em redes sociais, isso tem corroborado para a produção de subjetividades acuadas em que a morte é uma constante possibilidade. Em suma, tais aspectos são expressões de uma necropolítica de gênero. Por fim, agradecemos o financiamento desta pesquisa pela Fundação Cearense de Apoio do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).

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Published

2021-01-01

Issue

Section

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação