UMA TEORIA CRÍTICA FEMINISTA INTERDISCIPLINAR? APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS NOS DEBATES DE AUTORAS CRÍTICAS DO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO

Abstract

Esta pesquisa de doutorado, desenvolvida na linha de pesquisa “Sujeito e Cultura na Sociedade Contemporânea”, tem como objetivo realizar uma crítica das aproximações e distanciamentos nos debates contemporâneos entre Angela Davis, Nancy Fraser, Rahel Jaeggi, Amy Allen e Judith Butler. A hipótese que sustento inicialmente é de que as produções de autoras vinculadas à Teoria Crítica contemporânea e tais debatedoras podem contribuir para a análise das tensões entre as relações de dominação relacionadas a gênero, raça e classe, tornando possível a proposição de uma Teoria Crítica Feminista Interseccional capaz de compreender o contexto capitalista neoliberal brasileiro. Os objetivos específicos deste projeto são: a) compreender de que maneira autoras feministas da Teoria Crítica contemporânea discutem as formas de dominação e as dicotomias teórico-estruturais que constituem o capitalismo; b) discutir as limitações do enfoque exclusivo em problemas de raça, classe ou gênero, com a perspectiva feminista-crítica; c) combinar, dentro do possível, os pressupostos epistemológicos da Teoria Crítica Feminista com os da Teoria Interseccional; d) esquadrinhar as possibilidades de uma Teoria Crítica Feminista Interseccional que possa contribuir na orientação para uma produção científica mobilizadora de ações políticas ainda mais potentes no contexto brasileiro; e e) propor um posicionamento teórico crítico-interseccional para a compreensão dos problemas de gênero, raça e classe, bem como das injustiças (re)produzidas no contexto brasileiro capitalista. Trata-se de uma pesquisa teórica em que metodologia e análise procedem por meio de “constelações”, conforme Adorno assinala em sua obra “Dialética Negativa”. Implicada e política, para além de aproximações e divergências entre pensamentos das autoras, esta pesquisa pretende contribuir com as possibilidades de ação do feminismo crítico e interseccional contemporâneo perante a crescente política neoliberal ultraconservadora.